Madeira

PCP quer salário mínimo de 820 euros na Madeira

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O PCP realizou hoje uma acção de contacto com os trabalhadores, no Funchal, onde defendeu a valorização dos salários, "como forma de combater a perda do poder de compra de quem vive da sua força de trabalho".

"O PCP considera que é necessário valorizar os salários, garantido uma actualização intercalar do salário mínimo a praticar na Região para os 820 euros e um aumento geral dos salários na ordem dos 6,9%", afirmou o deputado Ricardo Lume no decurso da iniciativa.

"Estas são medidas fundamentais para garantir que os trabalhadores da nossa Região não vejam os seus salários desvalorizar perante o aumento dos preços", reforçou o parlamentar que acusa o Governo da República PS e o Governo Regional PSD/CDS  de "fechar os olhos" ao "brutal aumento do custo de vida".

É curioso ver a dualidade de critérios do Governo Regional. Quando é para aumentar o salário dos trabalhadores os governantes dizem que é preciso questionar se os empresários têm capacidade de pagar tal aumento. Quando os dados apontam para uma inflação reduzida ou nula os Governos e as entidades patronais dizem que não é necessário aumentar os salários dos trabalhadores porque não estão a perder poder de compra. Quando existe uma inflação acumulada na ordem dos 6,9% (até ao mês de Agosto) os Governos e as entidades patronais dizem que aumentar os salários pode potenciar mais inflação. Tudo é pretexto para não aumentar salários.

Para Ricardo Lume não é "inaceitável que no País e na Região exista uma política de desvalorização dos rendimentos dos trabalhadores, não garantindo a atualização anual dos salários".

Não é aceitável que trabalhadores com mais de 20 ou 30 anos de serviço na Administração Pública ganhem o mesmo salário que os que hoje iniciam funções. Não é aceitável que quando a inflação acumulada já atinge os 6,9%, o Governo da República propõe um aumento salarial para a Administração Pública no ano 2023 de 2% fazendo com que cada trabalhador perca entre 50 a 284 euros por mês.

O PCP apela, por isso, a todos os trabalhadores "que se mobilizem contra esta política de exploração e empobrecimento".