Administração Pública Regional cada vez mais preocupada com cibersegurança
A Administração Pública Regional está cada vez preocupada com a segurança informática. A conclusão é do Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação (IUTIC) realizado pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (entidade delegada do Instituto Nacional de Estatística neste domínio) junto dos organismos da Administração Pública Regional e das Câmaras Municipais.
De acordo com os dados divulgados hoje pela Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM), no domínio da segurança, "a evolução da generalidade dos indicadores mostra uma preocupação cada vez maior com esta temática", sendo que a totalidade dos organismos já utiliza software antivírus, firewall, filtros anti-spam, servidores seguros (recorrendo por exemplo ao protocolo https) e segurança de correio electrónico.
Importa salientar que 98% dos organismos já efectua e armazena os backups numa localização externa. Entre as medidas de segurança das TIC mais utilizadas e que estão presentes em todos os organismos, encontram-se a autenticação dos utilizadores através de uma palavra-passe segura, a actualização regular do software e o controlo de acessos à rede do Organismo.
A despeito da maior preocupação, em 2021, os incidentes de segurança informática diminuíram.
De acordo com a mesma fonte, 7% dos organismos inquiridos reportaram incidentes, percentagem bastante inferior à do ano precedente (18%).
Ao nível da infra-estrutura tecnológica, em 2021, assistiu-se a uma melhoria dos principais indicadores, destacando-se a existência de Redes Privadas Virtuais (VPN) em 98% dos organismos e a videoconferência em 86%. Todos os organismos declararam possuir redes locais (LAN) e intranet. Relativamente à velocidade de acesso disponibilizada, verificou-se que 80% dos organismos apresentam uma velocidade igual ou superior a 1Gb/s.
Em 2021, todos os organismos da Administração Pública Regional estavam também presentes na internet, presença esta que se materializou de diversas formas: 75% tem sítio próprio, 55% tem um perfil nas redes socias e 98% tem o seu sítio integrado no sítio da estrutura orgânica que o integra.
Já em relação ao comércio electrónico, somente 7% dos organismos efetuou encomendas on-line (menos 4 pontos percentuais que em 2020). Entre as razões apresentadas para a não utilização deste recurso, a que surge em primeiro lugar é a falta de adequação ao perfil do organismo (33%), o facto de não se justificar o recurso a este meio (17%) e a burocracia associada (15%).
Ainda em 2020, a percentagem de organismos que efectuaram análise de Big Data (manuseamento de grandes volumes de informação), teve um acréscimo de 8 pontos percentuais (p.p) face ao ano anterior, fixando-se nos 29%, acima da Administração Pública central que neste indicador apresenta um valor de 20%.
Ao nível das fontes de informação para este tipo de análise, as redes sociais continuam a ser o foco principal com 56%, sendo a análise efectuada maioritariamente por pessoal do próprio organismo (69%), com 38% dos organismos a recorrer a fornecedores externos.
Em 2021, somente 16 % dos organismos adquiriram serviços de computação em nuvem, sendo que entre as razões para a limitação na utilização deste tipo de serviços, estão os ”custos elevados de aquisição de serviços de computação em nuvem” (44%), os “problemas no acesso aos dados ou software” e a ”incerteza sobre a legislação aplicável, jurisdição e o mecanismo de resolução de litígios” (33%, em ambos os casos).
A nível da Inteligência Artificial verificou-se que 7% dos organismos da RAM utilizam tecnologias de Inteligência Artificial, menos 4 p.p. que na Administração Pública Central.
Já no que à Internet das Coisas (IoT) diz respeito, 18% dos organismos da RAM já utilizam dispositivos ou sistema interconectados que podem ser monitorizados através da Internet (IoT) e que permitem efetuar o controlo/monitorização da Gestão do Consumo de energia (30%), da segurança de instalações (80%), das necessidades de manutenção (80%) ou outras (40%).
Ainda com base na informação recolhida em 2021, foi possível avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 na Administração Pública Regional. A necessidade de trabalhar remotamente, contribuiu para que houvesse um aumento significativo do número de pessoas ao serviço com acesso remoto ao sistema de correio eletrónico (73%), do número de pessoas ao serviço com acesso remoto aos sistemas TIC (59%), bem como do número de reuniões à distância (93%).
Em 2020, o total de despesa da APR em TIC fixou-se em 6,0 milhões de euros, apresentando um decréscimo de 16,5% face a 2019.
73% das Câmaras da RAM possibilitam o acesso via VPN
Em 2021, todas as Câmaras Municipais da Região tinham internet (de banda larga) e marcavam presença na internet. Comparativamente a 2020, é de registar o crescimento na percentagem de Câmaras que utilizam sistemas de videoconferência, que passou de 73% em 2019 para 82% em 2021.
Nesta edição do IUTIC foram adicionados novos indicadores ao nível das tecnologias informáticas disponíveis, das quais se salienta a disponibilização de Redes Privadas Virtuais (VPN), que possibilita o acesso remoto à rede interna das Câmaras e que já está disponível em 73% das mesmas, ou seja, em 8 das 11 existentes na Região.
No sentido inverso, o número de Câmaras Municipais da RAM que recorrem ao comércio electrónico sofreu um decréscimo face ao último ano, com apenas 2 das 11 Câmaras (18%) da Região a utilizarem esta funcionalidade, 40 p.p. abaixo da média nacional que se situou nos 58%.
Relativamente à disponibilização dos principais serviços on-line nos seus sítios de internet aos utilizadores, não ocorreram oscilações, mantendo-se a consulta pública de processos nos 82% e o preenchimento e submissão de formulários on-line nos 45%.