Relações entre Brasil e Portugal vão progredir independentemente do vencedor
Líderes da comunidade portuguesa no Brasil consideram que as relações com Portugal vão continuar a progredir, independentemente de quem vencer as eleições presidenciais brasileiras, que se realizam no início de outubro.
"Independentemente de quem ganhar, os próximos anos serão bem promissores", sublinhou à Lusa o presidente da Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, Armando Abreu, acrescentando que "a economia do Brasil é tão pujante" que Portugal tem tudo para reforçar as suas relações bilaterais.
Na mesma linha, o presidente do Conselho Regional da América Central e do Sul do Conselho das Comunidades, António Graça, garantiu que as "relações entre os dois países vão continuar cada vez melhores", quer o vencedor seja o atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, quer seja o antigo chefe de Estado Lula da Silva.
Ainda assim, o presidente da Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, reconheceu que "este último ano e meio, um bocado provocado pelas eleições e pelo momento que estamos a viver no Brasil, levou a que alguns empresários suspendessem as suas decisões à espera de quem vai ganhar".
Mais ligado à comunidade portuguesa residente no Brasil, António Graça acredita que a maioria dos portugueses no país apoia o atual Presidente Jair Bolsonaro.
"Quem vai ganhar eu não sei. Mas a comunidade tem uma preferência", afirmou à Lusa António Graça, que acrescentou logo de seguida: "a comunidade portuguesa tem uma preferência pelo atual Presidente".
Lula da Silva e o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que lideram a corrida eleitoral com, respetivamente, 45% e 33% das intenções de voto.
Segundo o presidente do Conselho Regional da América Central e do Sul do Conselho das Comunidades, a comunidade portuguesa residente no Brasil tem a sensação que a "economia melhorou" e que as questões judiciais de que Lula da Silva foi alvo continuam bem presentes na memoria da comunidade.
"70% da comunidade está do lado do atual Presidente", afirmou, querendo "deixar bem claro", que grande parte da comunidade portuguesa não pode votar e que está apenas a colocar "as coisas como a comunidade está vendo".
Em relação às comemorações do bicentenário da independência do Brasil, no dia 07 de setembro, António Graça considerou que "foi boa a presença do Presidente de Portugal com o Presidente do Brasil.
António Graça recordou ainda a última visita do Presidente português ao Brasil, no início de julho, Jair Bolsonaro fez saber pela comunicação social que não iria receber Marcelo Rebelo de Sousa em Brasília, decisão que justificou com o facto de este se encontrar com o antigo Presidente Lula da Silva em São Paulo.
Na sua opinião e de muita gente da comunidade portuguesa no Brasil o Presidente português errou, contudo, reforçou que "aquele equívoco que houve no passado de receber o ex-presidente na casa do Cônsul", em São Paulo, está ultrapassado
"Acho que essa situação já foi resolvida", frisou.
Algumas vozes críticas, entre as quais Lula da Silva salientaram que o Presidente da República portuguesa "merecia mais respeito" do seu homólogo Jair Bolsonaro.