Meia hora após fecho oficial das urnas, ainda se votava em São Tomé e Príncipe
Cerca de 30 minutos após a hora oficial de fecho das urnas nas eleições legislativas, autárquicas e regional de São Tomé e Príncipe, às 17:00 locais (mais uma hora em Lisboa), ainda se votava em algumas mesas de voto.
Segundo o porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), Victor Correia, a partir das 17:00 foram distribuídas senhas entre os eleitores que ainda aguardavam, àquela hora, a sua vez de votar, para que o fizessem já depois do fecho das urnas, em funcionamento desde as 07:00.
Na escola Dona Maria de Jesus, no centro da capital, São Tomé, as mesas de voto tinham poucos votantes a poucos minutos da hora de fecho, pelo que pelas 17:00 foram declaradas encerradas.
A partir daí, iniciou-se o processo de abertura das urnas e contagem de todos os votos depositados, um momento acompanhado por algumas dezenas de populares, que se concentravam no exterior do edifício.
"Temos de controlar bem", dizia um jovem, no lado de fora de uma das salas onde se procedia à contagem. "Para garantir a fiabilidade", completou outro.
Os cidadãos mostravam-se descontentes porque os membros da mesa fecharam a janela, de vidro, impedindo-os de ouvir a contagem. Outra reclamação era o facto de, desta vez, os dados não estarem a ser apontados no quadro negro -- por falta de giz, como reclamou um delegado, que ainda pediu a um responsável da CEN que facultasse giz, mas sem sucesso.
Um dos cidadãos que assistia à contagem era o atual ministro da Presidência, do Conselho de Ministros, Novas Tecnologias e Assuntos Parlamentares, Wuando de Castro, dirigente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD).
"Depois dos delegados e fiscais, o MSLTP tem uma terceira linha de controlo do processo de contagem de votos, para garantir total transparência", disse à agência Lusa.
Questionado se o partido no poder receia que haja fraude na contagem de votos, justificou: "Por isso estou cá para apanhar de perto. Nos nossos atos eleitorais, há sempre essa suspeita, sobretudo [na contagem] nas mesas", disse.
Wuando de Castro antecipou que estas eleições fiquem marcadas por uma "participação claramente menor".
Sobre a forma como correu a jornada eleitoral, o dirigente partidário afirmou que "correu tudo bem".
"O povo deu provas da sua maturidade democrática e esperemos que os atores políticos façam o mesmo e respeitem a vontade soberana do povo", referiu.
Sinclair, 39 anos, era uma das poucas mulheres que seguiam a contagem.
"Gosto de estar a par. Escolhi alguém e tenho ansiedade de saber como o meu candidato se saiu", explicou.
Na ilha de São Tomé, os eleitores votaram para escolher 53 deputados à Assembleia Nacional e os presidentes das seis câmaras do país (correspondentes aos distritos). Os outros dois deputados são escolhidos, pela primeira vez, pelos círculos eleitorais da Europa e de África (um por cada círculo), onde os emigrantes puderam votar em 10 países, incluindo Portugal.
No Príncipe, os eleitores votam para o parlamento nacional e para escolher o governo da região autónoma.