Comunidade russa na Suíça protesta em Genebra contra mobilização militar
Cerca de uma centena de membros da comunidade russa na Suíça manifestou-se hoje junto à sede das Nações Unidas, em Genebra, contra a mobilização parcial decretada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, para prolongar a guerra na Ucrânia.
Segundo a agência Efe, a manifestação foi convocada por um movimento de oposição à guerra na Ucrânia, juntando centenas de manifestantes que, munidos de cartazes em russo e em inglês, pediram o fim da guerra e a detenção do Presidente russo.
"É evidente que a mobilização não mudará o decurso da guerra na Ucrânia. Apenas irá prolongar o conflito, aumentar a perda de vidas humanas e os prejuízos económicos", refere um comunicado da organização.
Alguns manifestantes seguravam bandeiras ucranianas e outros a bandeira branca, azul e vermelha, que se tornou no símbolo dos russos que se opõem a este conflito.
"O regime de Putin, agonizante, está disposto a sacrificar um número incalculável de vidas na Ucrânia", referem os promotores do protesto, alertando para que poderá chegar a um milhão o número de efetivos mobilizados para a guerra.
Entretanto, segundo um balanço divulgado hoje pela organização de direitos civis OVD-Info, pelo menos, 821 pessoas foram detidas no sábado em 34 cidades devido a protestos que eclodiram na Rússia contra a mobilização militar decretada pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
Moscovo foi a cidade com maior número de detidos, cerca de 400, mas também foram detidas pessoas em São Petersburgo (142 detidos), Novosibirsk (71), Irkutsk (20), Tomsk (19), Izhevsk (17), Ufa (16), entre outros locais.
Os protestos começaram depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter ordenado uma mobilização parcial para fortalecer as Forças Armadas, após os recentes reveses na guerra na Ucrânia.
No primeiro dia de protestos, mais de 1.300 pessoas foram presas, segundo a OVD-Info
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.