Madeira

"O 'ridículo' tem muita exposição e muita audiência"

Representantes de três órgãos de comunicação regionais alertam para os obstáculos à boa informação: a pressa e a falta de meios

Foto ASPRESS
Foto ASPRESS

O director do DIÁRIO, Ricardo Miguel Oliveira, disse que uma das formas de pressionar um jornalista é passar informações falsas, de forma a descredibilizá-lo publicamente.

Uma forma de pressionar é fazer passar mentiras. É uma forma de descredibilizar publicamente o jornalista. Ricardo Miguel Oliveira

O jornalista falava na Academia do PS que debate hoje 'Comunicação e Política' no Castanheiro Boutique Hotel.

Ricardo Miguel Oliveira realçou ainda que existia muita preocupação com as audiências, com aquilo que vende, referindo que "o 'ridículo' tem muita exposição e muita audiência".

Por seu turno, Agostinho Silva, director do JM, destacou a necessidade da comunicação social querer chegar e dar a notícia primeiro, mesmo que a diferença seja "de 30 segundos", algo que não deveria acontecer. "Temos a mania da velocidade e de chegar primeiro".

Querer ser o primeiro a divulgar uma informação, muitas vezes não permite investigar um tema a fundo. A falta de recursos também condiciona as investigações mais profundas. Agostinho Silva

"Na Madeira, no caso da televisão e da rádio, pensar em jornalismo de investigação é quase impossível", afirmou o subdirector RTP Madeira, Gil Rosa, atestando que a falta de meios condiciona estar em todo o lado.

Nós não temos meios para ir a 20 coisas às 16 horas. Toda a gente acha que as suas coisas devem ser cobertas. Nós temos de fazer opções. Não vamos a 50% do que está agendado. Temos de apostar nos exclusivos para haver distinção. Ricardo Miguel Oliveira

A concluir a primeira parte da 'Academia PS', o director do DIÁRIO abordou o facto do jornal impresso estar a perder presença na banca em todo o mundo e o transitar para o meio digital, lançando uma questão os presentes: "Há disponibilidade das pessoas para pagar para ler, ouvir e para ver?".