Sevenair Academy compra escola de pilotos no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor
A Sevenair Academy anunciou hoje que adquiriu os ativos da escola de formação de pilotos L3Harris Airline Academy, em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, esperando criar a "maior escola" de aviação comercial da Europa.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a Sevenair Academy explica que esta aquisição, cujo valor não foi divulgado, "vai transformar" aquela operadora "na maior escola de aviação comercial da Europa", acrescentando que esta operação vai "permitir a reabertura" do campus de Ponte Sor.
A Sevenair Academy, empresa de formação de pilotos, adquiriu a totalidade dos ativos da norte-americana L3Harris Tecnhologies no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, que recentemente anunciou que iria encerrar as suas operações naquele espaço.
"Na procura do melhor resultado possível para as operações globais a longo prazo da nossa academia, lamentamos anunciar a cessação das operações na nossa academia em Portugal", podia ler-se num comunicado enviado à Lusa pela empresa L3 Harris Tecnhologies, no dia 13 deste mês.
De acordo com a Sevenair Academy, a concretização deste negócio foi possível com a entrada do `family office Worldapproach´ no capital da Sevenair Academy, "garantindo meios financeiros" para a operação.
"A Worldapproach passa a deter 50% do capital da empresa. A atuação da Sevenair Academy vai, assim, alargar-se a diferentes partes do território nacional, com operações em Tires, Bragança, Ponte Sor e, em breve, no Porto", acrescentam.
De acordo com o documento, a Sevenair Academy contará com "mais de 50 aeronaves e seis simuladores" e os cursos ministrados pela operadora são "reconhecidos internacionalmente e certificados" pelas autoridades competentes.
Citado no comunicado, o detentor da Worldapproach, Isaías Gomes Teixeira, justifica que entraram nesta operação porque estão "atentos ao mercado", considerando também que poderiam "contribuir decisivamente" para o crescimento da Sevenair Academy e "assegurar" a manutenção da escola em Ponte de Sor.
Também citado no comunicado, o presidente executivo (CEO) da Sevenair Academy, Carlos Amaro, explica que a entrada de um acionista "empenhado e comprometido" com o sucesso daquela empresa e o seu crescimento "é uma boa notícia" não só para a Sevenair Academy, como para Ponte de Sor e para o setor da aviação em Portugal.
"Vamos investir e criar uma escola de dimensão global. Sabemos que há uma enorme procura por novos pilotos e estamos inteiramente preparados para satisfazer as necessidades do mercado", afirma.
No comunicado divulgado no dia 13 deste mês, a L3Harris justificava ainda a decisão de encerrar a escola de Ponte de Sor devido à sua estratégia a nível mundial, o que a levou a rever a posição da sua carteira de academias pelo mundo, incluindo a portuguesa.
O objetivo, acrescentavam, é "assegurar que a marca deixada pelas suas academias internacionais está alinhada com as exigências da indústria e com as necessidades de formação de voo previstas".
Na altura, a Câmara de Ponte de Sor referiu também em comunicado enviado à Lusa que considerava a decisão da L3Harris "abrupta e inesperada", não tendo o município sido consultado sobre esta "decisão unilateral".
"Cerca de nove dezenas de trabalhadores ficarão momentaneamente em situação de desemprego e verão os seus direitos devidamente salvaguardados. As instalações, propriedade do município, serão prontamente ocupadas por uma outra operadora da mesma área de negócios, que adquiriu os ativos da empresa L3Harris", podia ler-se no comunicado.
A Lusa contactou na altura o presidente do município, Hugo Hilário, que, apesar de remeter todos os esclarecimentos para o comunicado, garantiu que "quase todos" os postos de trabalho seriam assegurados com a chegada da nova operadora ao aeródromo municipal.
Questionada pela Lusa sobre a questão relacionada com os postos de trabalho da escola de Ponte de Sor, fonte da Sevenair Academy indicou que "na próxima semana" vai ser organizada uma ´job fair` que durará 23 dias, tendo como objetivo "aproveitar ao máximo" a mão-de-obra da zona, absorvendo assim o "máximo de trabalhadores" que saíram quando a escola encerrou.