Filipinas consideram banir casinos virtuais chineses face a "custo social"
As autoridades filipinas anunciaram hoje que estão a considerar banir casinos virtuais, focados no mercado chinês, após uma recente onda de sequestros e crimes ligados às suas atividades.
O ministro das Finanças do país, Benjamin Diokno, apontou que os custos sociais superam as receitas tributárias geradas por aquelas empresas. O presidente do Senado, Juan Miguel Zubiri, indicou que o órgão legislativo do país está a estudar o assunto.
"Estamos à espera de um relatório (...) antes de tomar a decisão final", disse Zubiri, em conferência de imprensa, referindo-se a um projeto de lei apresentado na segunda-feira, com o objetivo de banir ou penalizar o jogo 'online'.
O senador disse concordar com o ministro sobre o "custo social" derivado das empresas, que incluem atividades criminosas como a lavagem de dinheiro, extorsão e até assassinatos.
Estas entidades, conhecidas como POGOs (Philippine Offshore Gaming Operators), são legais no arquipélago desde que o ex-presidente Rodrigo Duterte ascendeu ao poder, em 2016, e permitem que o público chinês jogue póquer ou roleta virtuais, que são atividades ilegais na China.
A polícia filipina resgatou, na semana passada, 43 cidadãos chineses na cidade de Angeles, no norte, que trabalhavam para um casino virtual.
Entre janeiro e setembro de 2022, quinze dos 27 casos de sequestro nas Filipinas estiveram relacionados com a atividade dos POGOs, de acordo com dados divulgados pela polícia filipina.
As autoridades filipinas, que já abriram uma comissão do Senado em 2020 para investigar atividades ilícitas relacionadas a essas entidades, agora estão a avaliar se devem encerrar as empresas de forma permanentemente.
A senadora Imee Marcos, irmã do Presidente filipino, revelou no domingo que Ferdinand Marcos é, em princípio, "favorável" ao encerramento.