Bruxelas e Londres veem sinais de que invasão falha e Macron pede "pressão máxima"
A presidente da Comissão Europeia e a primeira-ministra do Reino Unido consideraram hoje a decisão do Presidente russo de mobilizar os reservistas no contexto do conflito na Ucrânia "um sinal de que a invasão russa está a falhar".
Ursula von der Leyen e Liz Truss, que realizaram a sua primeira reunião bilateral à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), "condenaram as ações russas na Ucrânia e concordam que os apelos de Putin para mobilizar milhares de reservistas são um sinal de que a invasão russa da Ucrânia está a falhar".
"São uma declaração de fraqueza", disseram num comunicado conjunto após a reunião em Nova Iorque, no qual também sublinharam o seu compromisso de manter o apoio à Ucrânia "o tempo que for necessário".
A presidente da Comissão Europeia e a nova primeira-ministra do Reino Unido também discutiram as relações entre o bloco comunitário e Londres e o controverso protocolo da Irlanda do Norte, mas o breve comunicado conjunto não explica o conteúdo da discussão sobre este ponto.
Também à margem da reunião de líderes da ONU, o Presidente francês, Emmanuel Macron, pronunciou-se sobre o discurso de Vladimir Putin, e pediu a imposição de "pressão máxima" ao seu homólogo russo, para pôr fim a uma guerra "que não faz sentido".
A Rússia está "cada vez mais isolada", encurralada "numa guerra que só eles querem", e o decreto de mobilização contribuirá para este isolamento, disse o presidente francês, em declarações aos meios de comunicação de Nova Iorque recolhidas pela rede BFMTV.
Já o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, afirmou que "a paz mundial está em risco" devido à "chantagem nuclear" da Rússia, após as ameaças do Presidente russo.
"Ameaçar o uso de armas nucleares é inaceitável e um perigo real para todos. A comunidade internacional deve unir-se para evitar estas ações. A paz mundial está em risco", alertou o Alto Representante numa mensagem nas redes sociais.
Borrell acusou o Presidente russo de procurar uma "grave escalada" do conflito na Ucrânia com os seus anúncios de "referendos falsos", mobilização parcial da população e "chantagem nuclear".
Vladimir Putin decretou hoje a mobilização parcial de 300.000 reservistas para a guerra na Ucrânia, uma medida que procura contrariar o que chamou de "chantagem nuclear" da NATO, que visa "destruir" a Rússia.
A Rússia lançou uma operação militar de ocupação da Ucrânia no dia 24 de fevereiro que se prolonga há quase sete meses.