Ministro da Defesa britânico diz que anúncio de Putin é "admissão do fracasso"
O ministro da Defesa britânico considerou hoje que o anúncio de Moscovo sobre a mobilização parcial na Rússia e a realização de referendos de anexação de territórios ucranianos constitui uma "admissão do fracasso" da invasão na Ucrânia.
O facto do Presidente russo, Vladimir Putin, "ter quebrado a sua própria promessa de não mobilizar parte da sua população e a anexação ilegal de partes da Ucrânia são uma admissão do fracasso da sua invasão" na Ucrânia, afirmou Ben Wallace, citado pelo jornal britânico The Guardian.
"Ele [Putin] e o seu ministro da Defesa [Serguei Shoigu] enviaram dezenas de milhares dos seus próprios cidadãos para a morte, mal equipados e mal conduzidos", sublinhou.
"Nenhuma quantidade de ameaças ou propaganda pode esconder o facto de a Ucrânia estar a vencer esta guerra (...) e de a Rússia estar a tornar-se um pária mundial", acrescentou o ministro britânico.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou hoje uma "mobilização parcial" dos cidadãos do país, quando a guerra na Ucrânia está quase a chegar ao sétimo mês do conflito, numa mensagem dirigida à nação.
A medida, que entra já em vigor, é justificada com a necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país, na mensagem transmitida pela televisão.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, está pronta a utilizar "todos os meios" ao seu dispor para "se proteger", declarou Putin, que acusou o Ocidente de procurar destruir o país.
O anúncio de "mobilização parcial" dos russos em idade de combater abre caminho para uma escalada no conflito na Ucrânia.
Por outro lado, as autoridades dos territórios separatistas pró-russos da região de Donbass, na Ucrânia, anunciaram que vão realizar de 23 a 27 de setembro referendos para decidirem sobre a sua anexação pela Rússia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.916 civis mortos e 8.616 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.