Câmaras já controlam trânsito do Funchal mas “não haverá portagens” nem ‘big brother’
A Câmara Municipal do Funchal apresentou, esta manhã, no âmbito da Semana da Mobilidade, o sistema de 29 câmaras para monitorização de tráfego e videovigilância que cobre os túneis rodoviários e as principais entradas e saídas de veículos na cidade. A maioria destes equipamentos, que resultam de um investimento próximo a 300 mil euros, já estão em funcionamento e os seus dados serão recolhidos e geridos pelo Centro Integrado de Gestão Municipal Autónoma (CIGMA), a ser inaugurado em Novembro, numa antiga escola em Santa Rita.
“Este sistema permite-nos fazer uma gestão diária e 'on time' daquilo que se está a passar. Esse é que é o objectivo. Esta gestão permite evitar que se acumule tráfego e dirigi-lo para outras zonas”, descreveu o presidente da edilidade. Pedro Calado fez questão de afastar alguns receios. Garantiu que “não haverá portagens virtuais” e que as informações recolhidas ajudarão a servir melhor os cidadãos e nunca para controlar as suas vidas: “Uma cidade inteligente não é uma cidade 'big brother'. Poderá haver uma tendência de começar a olhar para as câmaras e pensar que agora vamos estar todos a ser visualizados. Não é esse o objectivo. Se nós olharmos para as grandes capitais europeias e mundiais, todas elas têm já sistemas semelhantes a este. Portanto, se nós queremos uma cidade desenvolvida, temos uma cidade com qualidade de vida, onde as pessoas se possam movimentar mais rapidamente e de forma mais eficientes, nós temos de ter estes apoios à gestão”.
O autarca revelou que a CMF pretende, no futuro, interligar o sistema de monitorização do trânsito com o sistema de semáforos, de modo a que os tempos de abertura/fecho de vias sejam ajustados automaticamente, em função dos picos de tráfego automóvel.
Para já, as imagens de videovigilância serão fornecidas à Direcção Regional de Estradas (com a sua integração no sistema Infovias, em funcionamento), à Vialitoral e à PSP. A polícia e os bombeiros serão alertados em casos de ocorrências ou acidentes. As imagens serão igualmente fornecidas para que “a PSP tenha forma de controlar aquilo que se passa em termos de segurança”. A este respeito, Pedro Calado deu um exemplo do que poderá vir a acontecer: “Vamos imaginar que em determinado local há um desacato ou confusão generalizada de pessoas. Nesse momento, em tempo real, é prestada essa informação à PSP através do centro de emergência e permite uma intervenção muito mais rápida da Polícia e das forças de segurança pública".