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Ministra espera conclusões de inquérito nos Comandos dentro de uma ou duas semanas

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A ministra da Defesa Nacional afirmou hoje esperar conclusões do processo de averiguações ao caso dos militares hospitalizados do 138.º curso de Comandos dentro de uma ou duas semanas, defendendo que as investigações devem ser "precisas e rigorosas".

"Sei que será breve, tenho esperança de que na próxima semana, duas semanas, possa ter já alguns resultados desse inquérito urgente que o Exército determinou, bem como da inspeção técnica ao próprio curso que nos permitirá aferir das circunstâncias em que aconteceu este caso", avançou Helena Carreiras.

Helena Carreiras falava aos jornalistas à margem da apresentação do Plano Setorial da Defesa Nacional para a Igualdade 2022-2025, que foi hoje apresentado na Cordoaria Nacional, em Lisboa.

A governante lembrou que há investigações em curso que "precisam de ser precisas e rigorosas".

"O mais importante, e a minha preocupação neste momento, é acompanhar o estado de saúde do soldado, que já visitei, e que recupere rapidamente para podermos olhar para a situação e, em função daquilo que for averiguado, de forma precisa e rigorosa, sem precipitações, mas rapidamente, poder agir se for esse o caso", frisou.

Esta segunda-feira o Exército informou que o militar do Exército do 138.º curso de comandos que foi sujeito a um transplante foi transferido da unidade de cuidados intensivos para o serviço de transplantação do Hospital de Curry Cabral, em Lisboa.

"O militar do Exército internado foi transferido da Unidade de Cuidados Intensivos para o Serviço de Transplantação do Hospital de Curry Cabral, resultante da sua situação clínica estabilizada, continuando a evidenciar uma progressiva melhoria do seu estado de saúde", divulgou em comunicado o gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército.

O Estado-Maior do Exército ordenou a interrupção do 138.º curso de comandos até ao apuramento do processo de averiguações àquela formação.

O Exército aguarda as conclusões do processo de averiguações, "que deverão ser apuradas com brevidade", para avaliar a necessidade de adaptações, após os recentes incidentes com militares hospitalizados.

O ramo indicou um total de seis intervenções em estabelecimento hospitalar no âmbito do 138.º curso: ao militar que está internado, a um segundo militar que sofreu uma interrupção respiratória e teve alta na semana passada, e ainda a quatro militares no Hospital das Forças Armadas, no polo de Lisboa, "decorrente da revista de saúde feita a todos os instruendos, em 08 de setembro".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já visitou o militar hospitalizado, que foi sujeito a um transplante hepático, afirmou no passado dia 11 de setembro, que este caso parece ser "uma situação muito diferente" da ocorrida há seis anos, quando morreram dois jovens num exercício.

Dylan da Silva e Hugo Abreu, na ocasião com 20 anos, morreram e outros instruendos sofreram lesões graves e tiveram de ser internados durante a "prova zero" (primeira prova do curso de Comandos), que decorreu em Alcochete, Setúbal, em 04 de setembro de 2016.