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Greve de funcionários do consulado-geral do Brasil em Lisboa "não afectará eleições"

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O cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Wladimir Valler Filho, confirmou esta segunda-feira a greve dos funcionários contratados localmente por aquela representação diplomática, mas garantiu que esta "não afetará as eleições", porque já foram tomadas providências.

Numa nota enviada à Lusa, o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa afirma que "acompanha atentamente o tema e tem mantido o Itamaraty informado", em relação ao aviso de greve feito pelos funcionários contratados localmente, que foi noticiado na imprensa na última sexta-feira.

Segundo a mesma fonte, esta greve "não afetará as eleições, uma vez que em Lisboa haverá 58 urnas, e já foram convocados pelo TSE [Tribunal Supremo Eleitoral do Brasil) 232 'mesários'", enquanto "o número de auxiliares administrativos contratados localmente pelo consulado que encaminharam o aviso prévio de greve é de 25".

Para outras questões sobre as eleições, o consulado refere também na nota que "no momento, o embaixador e toda a equipe do consulado encontram-se 100% dedicados às tarefas preparatórias" para as eleições do próximo dia 02 de outubro, pelo que remete os esclarecimentos para mais tarde.

Os funcionários do Consulado Geral do Brasil em Lisboa entregaram um pré-aviso de greve para o período de 28 de setembro até dia 7 de outubro, o que se receia que possa afetar as votações para as eleições presidenciais brasileiras, que têm a primeira volta marcada para dia 02 de outubro.

Em 31 de agosto, o cônsul-geral do Brasil em Lisboa anunciou que havia um total de 80.896 eleitores brasileiros registados para votarem em Portugal nas presidenciais.

O consulado de Lisboa, com maior número de inscritos fora do Brasil, tem registados 45.273 eleitores, um aumento superior a 100% relativamente às anteriores eleições presidenciais, em 2018, disse o diplomata na altura em que apresentou à comunicação social os aspetos organizativos da primeira volta das presidenciais brasileiras em Portugal.

No consulado do Porto, o quinto com mais eleitores, estão inscritos 30.098 eleitores e em Faro há 5.525 habilitados para votar, acrescentou.

"Apesar da pandemia de covid-19, não houve diminuição da vinda de cidadãos brasileiros para Portugal. Antes pelo contrário, até aumentou expressivamente", afirmou então Wladimir Valler Filho.

O cônsul-geral do Brasil agradeceu a colaboração da Universidade de Lisboa, que à semelhança de anteriores eleições brasileiras volta a disponibilizar as instalações da Faculdade de Direito de Lisboa.

O aumento de eleitores inscritos reflete-se na organização da votação, tendo, no caso de Lisboa, passado das 28 mesas de voto existentes em 2018 para 58 no escrutínio de 02 de outubro.

Ao todo, 12 candidatos disputam as presidenciais: Jair Bolsonaro -- que concorre a um segundo mandato -, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D'Ávila, Soraya Tronicke, Roberto Jefferson, Pablo Marçal, Eymael, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.

Caso nenhum dos candidatos obtenha a maioria de 50% mais um voto em 02 de outubro, a segunda volta realiza-se com os dois mais votados em 30 do mesmo mês.

Luiz Inácio Lula da Silva lidera as sondagens para as presidenciais (47%), seguido por Jair Bolsonaro (32%), segundo o Instituto Datafolha.