Cortes de energia afectam fornecimento de água na África do Sul
O aumento do nível de cortes de energia implementados pela companhia elétrica sul-africana, Eskom, para o sexto mais severo numa escala de oito, está a afetar o fornecimento de água em Joanesburgo, a capital económica, foi anunciado esta segunda-feira.
O anúncio foi feito pela Johannesburg Water, a empresa pública responsável pelo fornecimento de água à cidade com mais de seis milhões de pessoas.
A entidade pública anunciou que pelo menos seis estações de armazenamento de água, que abastecem as principais torres de água da cidade, foram afetadas desde sábado pela falta de energia elétrica, resultando em "baixa pressão ou falta de água" em várias zonas.
É a primeira vez na história da democracia pós-'apartheid' no país que os cortes regulares de energia afetam o abastecimento de água às populações, nomeadamente urbanas.
No início da semana passada, a estatal elétrica sul-africana retomou os 'apagões' de nível 3 em larga escala, aumentando no domingo para o sexto mais severo, numa escala de oito, o que implica mais de 10 horas sem energia por dia.
Segundo a Eskom, os cortes de energia devem-se a "quebras em larga escala" nas suas centrais a carvão.
O administrador da Eskom, André de Ruyter, anunciou à imprensa local que a empresa estatal antecipa "altos níveis de corte de energia durante a semana".
A África do Sul sofre cortes regulares de energia desde o fim da década de 1990 devido ao envelhecimento e à má manutenção das infra-estruturas.
Depois de anos de má gestão, a empresa pública que gere a eletricidade no país está endividada e incapaz de produzir energia suficiente para o país, que provém em 80% do carvão.