FBI encontrou pastas confidenciais vazias em mansão de Trump
Os agentes do FBI que revistaram a casa do ex-presidente norte-americano Donald Trump no mês passado encontraram pastas vazias marcadas como confidenciais, segundo um inventário detalhado do material apreendido, divulgado hoje pelo Departamento de Justiça.
O inventário revela, em linhas gerais, o conteúdo de 33 caixas retiradas de um escritório e de uma arrecadação em Mar-a-Lago, durante as buscas efetuadas em 08 de agosto.
Embora o inventário não descreva nenhum dos documentos, mostra até que ponto informações classificadas -- incluindo material ultrassecreto -- foram mantidas em caixas e contentores misturados com jornais, revistas, roupas e outros itens pessoais.
O Departamento de Justiça avaliou não haver nenhum espaço seguro na mansão de Trump capaz de guardar segredos tão sensíveis do Governo e abriu uma investigação criminal focada na retenção desses documentos.
O inventário mostra que 43 pastas rotuladas como classificadas foram encontradas vazias num escritório de Trump, assim como outras 28 pastas rotuladas com "Devolver ao Secretário de Estado-Maior/auxiliar militar".
Pastas vazias dessa natureza também foram encontradas num armário de armazenamento.
O inventário não indica o motivo para as pastas estarem vazias ou o que poderá ter acontecido com os documentos em falta.
Porém, destaca que os funcionários do Departamento de Justiça descreveram com preocupação o facto de as informações altamente confidenciais terem sido misturadas com itens pessoais do antigo chefe de Estado.
A juíza norte-americana Aileen Cannon ordenou na quinta-feira que o inventário mais detalhado fosse tornado público, depois de um pedido da equipa do político republicano.
Um advogado de Trump, falando numa audiência perante a juíza na quinta-feira, comparou a disputa por esse material confidencial como uma disputa por livros de biblioteca em atraso.
Em 08 de agosto, agentes do FBI revistaram a propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Florida, removendo dezenas de caixas com documentos classificados, alguns não apenas marcados como ultrassecretos, mas também "informações compartimentadas confidenciais", de acordo com um relatório do que foi levado.
A operação do FBI foi motivada por possíveis violações de Trump da Lei de Registos Presidenciais, que exige que todos os ocupantes da Casa Branca devolvam documentos presidenciais assim que deixarem o cargo.