Explosão numa mesquita no Afeganistão faz 18 mortos e 21 feridos
Pelo menos 18 pessoas morreram, incluindo um líder religioso pró-talibã, e 21 ficaram feridas numa explosão hoje registada numa mesquita em Herat, na região oeste do Afeganistão, segundo as autoridades locais.
A explosão ocorreu na mesquita de Guzargah, uma das maiores em Herat, durante as orações do meio-dia de sexta-feira, o ponto alto da semana religiosa muçulmana, quando os locais de culto são muito frequentados.
Mujib ur Rahman Ansari, um clérigo proeminente e um dos principais apoiantes dos talibãs, que assumiram o poder no Afeganistão há um ano, foi morto num "ataque brutal na sexta-feira em Herat", disse o porta-voz do governo talibã, Zabihullah Mujahid, numa mensagem publicada na rede social Twitter
Mohammad Daud Mohammadi, funcionário do centro de ambulâncias de Herat, disse à agência norte-americana AP que foram levadas para hospitais 18 vítimas mortais, bem como 21 feridos da explosão.
Não houve reivindicação imediata de responsabilidade pelo ataque.
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou ataques anteriores contra mesquitas, contra minorias religiosas e étnicas, e ainda contra alvos talibãs.
A mesquita de Herat atrai seguidores do islamismo sunita, a corrente dominante no Afeganistão que também é seguida pelos talibãs.
Os talibãs comemoraram esta semana o primeiro aniversário da retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão e do seu regresso ao poder após 20 anos de guerra, com cânticos de vitória e um desfile de equipamento militar ocidental abandonado.
Em 30 de agosto de 2021, um minuto antes da meia-noite, o último soldado norte-americano partiu do aeroporto de Cabul, pondo fim à mais longa intervenção militar dos Estados Unidos, que começou em resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Desde o seu regresso ao poder, os talibãs impuseram em grande parte a interpretação ultra rigorosa do Islão que caracterizou o seu primeiro governo, entre 1996 e 2001, com restrições particularmente duras à liberdade das mulheres.
O regime talibã ainda não foi reconhecido por nenhum país.
A guerra provocou a morte de dezenas de milhares de afegãos, e de mais de 2.400 soldados norte-americanos e mais de 3.500 militares de outros países da NATO, segundo dados dos Estados Unidos citados pela agência francesa AFP.
Duas semanas antes da retirada, os talibãs tomaram o poder numa ofensiva-relâmpago a nível nacional contra as antigas forças governamentais treinadas pelos ocidentais.
A NATO assumiu o comando da força internacional em 2003, que no seu auge chegou a ter no Afeganistão 130.000 militares de 50 países, incluindo Portugal.
Com 38 milhões de habitantes, o Afeganistão enfrenta uma das piores crises humanas do mundo, de acordo com as Nações Unidas.
A situação gravou-se quando milhares de milhões de dólares em ajuda externa, que tinha sustentado a economia afegã durante décadas, foram subitamente cortados após a saída dos Estados Unidos.