Antiga embaixadora britânica condenada a um ano de cadeia na Birmânia
A antiga embaixadora do Reino Unido na Birmânia foi condenada pelas autoridades birmanesas, disse hoje uma fonte diplomática à Associated Press.
Vicky Bowman, embaixadora no país entre 2002 e 2006, e o marido, o artista birmanês Htein Lin, ex-preso político, foram acusados de infrações no quadro da legislação referente à emigração.
A notícia da detenção de Vicky Bowman e do marido, em Rangum, foram publicadas no passado dia 25 de agosto.
As autoridades militares que governam o país ainda não se pronunciaram sobre a sentença.
A detenção e a condenação do casal, noticiada pela Associated Press, ocorre poucos dias depois da enviada especial das Nações Unidas para o Myanmar (Birmânia), Noeleen Heyzer, se ter reunido com o chefe da Junta Militar, o general Min Aung Hlaing.
Heyzer pediu a libertação de todos os presos políticos.
Nas últimas semanas, os militares que governam o país desde 2021 intensificaram a repressão contra a oposição do regime, entre os quais jornalistas e cidadãos estrangeiros.
Em julho, a Junta Militar executou pelo menos quatro membros da oposição, entre os quais o antigo deputado da Liga Nacional para e Democracia (LND), Phyo Zeya Thaw e o ativista Ko Jimmy.
As autoridades prenderam também o realizador japonês Toru Kubota na altura em que gravava protestos contra a Junta Militar na cidade de Rangum e o economista australiano Sean Turnell, ex-assessor económico da líder da LND, Aung San Suu Kyi, preso depois do golpe militar, permanece na cadeia.
O golpe de Estado liderado por Aung Hlain que derrubou o governo de Aung San Suu Kyi provocou uma profunda crise política, social e económica e agravou a violência na maior parte do país onde novas milícias armadas se envolvem em ações de guerrilha contra os militares.
De acordo com a Associação para o Auxílio dos Presos Políticos, morreram até ao momento 2138 pessoas na sequência da repressão e mais de 15 cidadãos foram presos de forma arbitrária.