Bolo do Caco e vinho Madeira em festival da gastronomia portuguesa em Paris
O Festival Food Temple, em Paris, é dedicado este ano a Portugal, instalando no centro da capital um mercado de produtos portugueses, ateliers de receitas e restauração, disse à Lusa fonte da organização.
"Tanto de um ponto de vista artístico como na parte culinária, tenho a impressão que Portugal era muito pouco conhecido até agora em França. Os franceses descobrem agora a imensidão da cultura portuguesa e isto também é válido para a cozinha. Eles não frequentavam os lugares onde havia pessoas portuguesas, os restaurantes portugueses. Até há pouco tempo, a cozinha portuguesa não era interessante em França", disse Sandrina Martins, diretora do Carreau du Temple, em declarações à agência Lusa.
Sandrina Martins nasceu em França, filha de portugueses originários de aldeias junto a Vila Verde, no Minho, sendo atualmente diretora do espaço cultural Carreau du Temple, em Paris, que acolhe diferentes manifestações culturais da dança às artes plásticas.
Há alguns anos que Sandrina Martins queria fazer esta homenagem à gastronomia portuguesa no Food Temple, mas a realização da Temporada Cruzada entre França e Portugal deu o mote para a edição de 2022, que decorre entre 23 e 25 de setembro.
"É sempre apaixonante criar um festival à volta de um país. O Food Temple tem sempre uma componente de mercado, onde as pessoas podem adquirir produtos do país, uma parte prática com ateliers de cozinha e masterclass e ainda a possibilidade de comer no Carreau du Temple", explicou a responsável.
Assim, durante três dias, quem for ao Carreau du Temple, no 3.º bairro de Paris, vai poder comprar vinho, azeite, livros ou cerâmica portuguesa, comer em espaços de restaurantes portugueses em França, mas também aprender a fazer receitas tradicionais como bacalhau à Brás, arroz de cabidela ou polvo à lagareiro, com chefes conceituados em França e em Portugal.
Um programa recheado e uma escolha difícil para a diretora desta instituição.
"Eu pensei seguir a masterclass do bacalhau à Brás, porque eu própria já tentei fazer e não saiu muito bem, mesmo se faço bem os pastéis de bacalhau. Adoro o arroz de cabidela, porque como com os meus pais todos os anos em Ponte de Lima", confidenciou Sandrina Martins.
O Food Temple vai ainda contar com momentos de música, com um concerto de fado, com a abertura a decorrer na mesma noite que a iniciativa "Lisbonne sur Seine", que vai trazer vários artistas portugueses à câmara Municipal de Paris, que fica muito perto do Carreau du Temple.
"Foi uma coincidência, mas é genial que tenha acontecido assim porque é um fim de semana temático à volta de Portugal. Vai ser uma grande festa portuguesa", concluiu Sandrina Martins.
A entrada neste evento é gratuita e em edições anteriores, o festival Food Temple chegou a acolher entre 11 e 12 mil pessoas durante os três dias da mostra.
Aqui o link da organização.
"Pãezinhos de trigo tradicionais"
A Madeira vai estar representada, pelo que pudemos perceber do programa, com um workshop sobre como fazer "Bolos de caco (pãezinhos de trigo tradicionais)", através da "Com Fado na Mesa".
Será no sábado, 24 de Setembro, das 16h às 17h. E explicam: "Com o Fado à Mesa, descubra uma especialidade da Madeira, o bolo de caco, um pão caseiro de batata doce com manteiga de salsa! Para ser apreciado quente com uma seleção de charcutaria e queijos portugueses." Fica a quem de direito analisar esta informação.
O vinho da Madeira também deverá marcar presença no workshop sobre "Um tour por Portugal através dos seus vinhos", com Lúcia, que decorrerá no sábado, 24, e domingo, 25 de Setembro, das 13h às 14h.
"Com a Luísa, descubra a riqueza da região vitivinícola portuguesa, entre as catorze regiões vitivinícolas do país, desde Portugal Continental até às ilhas ocidentais!", exclamam. "Você aprenderá mais sobre sua história e particularidades, os tipos de vinhos que os tornam famosos e seus métodos tradicionais. Terminaremos a viagem com uma degustação comentada de cinco cuvées de diferentes regiões, todos elaborados a partir de castas autóctones, por viticultores independentes que adoram o seu terroir".