Madeira

PAN apresenta lista de problemas e soluções nas cinco freguesias de Machico

None

“Machico não é apenas a praia de ‘areia amarela’ nem um concelho de passagem para o norte. Machico merece melhor pois é um concelho de gentes de trabalho e de amor à terra que os viu nascer. Machico precisa e está pronto para a mudança”. Foi com este comentário geral que o PAN concluiu uma longa descrição da visita que os seus representantes efectuaram neste fim-de-semana ao concelho de Machico, no âmbito da iniciativa que designou de ‘Roteiro de Verão’.

Numa nota de imprensa divulgada ao início da noite deste domingo, o partido aponta os problemas que detectou em cada uma das cinco freguesias do concelho e faz uma série de recomendações. Assim, no Porto da Cruz o PAN escutou “sentidas queixas” dos cidadãos relacionadas com o envelhecimento da população. A zona baixa da freguesia necessita de modernização, qualidade e diferença, pois “corre o risco de entrar numa estagnação”. Por isso, o PAN insta as autoridades a trabalharem no sentido de “atrair uma das grandes cadeias de supermercados” a se instalar no Porto da Cruz, o que pode ajudar a suprir as necessidades das zonas altas do concelho e fomentar o emprego na freguesia.

No Caniçal, as queixas relacionaram-se com as quotas de pescado pois os pescadores consideram “ser reduzidas e que mal chegam para alimentar as famílias locais”. Numa nota de imprensa, o PAN diz que “fez ver a esta população da razão de ser dessas mesmas quotas pois, sem estas, incorreríamos no grave risco de destabilizar os frágeis equilíbrios do mar”. Na mesma freguesia, o partido constatou a sobrecarga de visitantes da Vereda do Cais do Sardinha a desregulação do estacionamento na zona. Neste capítulo, “o PAN Machico é a favor da cobrança de uma taxa de utilização aos turistas”, mas exige que as receitas sejam destinadas à manutenção e melhoramento dos percursos, controlo de infestantes e conservação das espécies nativas. Já quanto ao porto de contentores do Caniçal, o PAN defendeu que a operação de descarga de mercadoria “não pode estar monopolizada, pois é devido a este monopólio que os preços dos produtos básicos na nossa região são os mais caros do todo nacional”.

Na freguesia de Machico, as queixas foram sobre a falta de oportunidades de emprego. “A população considera que o jogo está viciado e que dos ‘poucos bons empregos que aparecem, todos já tem destinatário’ como nos confidenciam alguns populares, [já que] ‘para o Governo trabalha quem tem cartão laranja’”, lê-se na nota do PAN, que também critica a disseminação de acácias, espécie que constitui “um perigo brutal de incêndio e de deslizamento de terras e de aluvião”. A população local pediu ainda a criação de um roteiro de lendas e de mitos, com a reconversão, por exemplo, das grutas do Cavalum e da Lenda de Machim, envolvendo a comunidade escolar e criando um festival nas zonas altas, seguindo o exemplo de sucesso que é o Mercado Quinhentista.

Em Água de Pena, a população acha que “não há nada que prenda a população local” e que a freguesia “é apenas um dormitório de quem trabalha em Machico ou até mesmo em Santa Cruz e Funchal”. O PAN Machico propõe, por isso, a criação de um ‘plane spotting’, um pavilhão-torre de observação dos aviões, com salas para conferências, painéis de acompanhamento e câmaras interativas, criando postos de trabalho. Ainda em Água de Pena, esta força política lamentou a “degradação deprimente do complexo desportivo” existente debaixo da pista do aeroporto e defendeu a gestão daquele parque às câmaras municipais ou clubes desportivos.

Por fim, em Santo António da Serra, “levantaram-se questões relativas à frequência dos transportes públicos e à parca economia local, assim como ao generalizado desinteresse dos jovens pela oferta existente na freguesia”. Perante isto, o PAN Madeira sugeriu o lançamento de uma rota das quintas do Santo da Serra, “atribuindo licenças de exploração para negócios acessórios, onde cada quinta levantaria um tema específico, botânico, arquitectónico ou cultural”.