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O modelo de desenvolvimento da espera permanente

A realidade da maioria das famílias madeirenses não se enquadra nas dissertações de propaganda do PSD/CDS que mais parecem promover uma realidade paralela.

Os governos regionais tiveram ao seu dispor os meios, as condições e a estabilidade política para investirem num modelo de desenvolvimento sustentável que estivesse ao serviço de todos e não apenas de alguns, mas desperdiçaram essa oportunidade.

A Região recebeu milhões de euros da UE, arrecadou milhões dos impostos dos madeirenses, recebeu verbas do Orçamento de Estado, contraiu milhões de empréstimos, somando hoje uma dívida de mais de 5 mil milhões de euros. E o governo já começou a receber parte dos mais de 800 milhões do PRR e vai guardar este ano mais de 87 milhões de euros de receita acima do previsto.

Que modelo de desenvolvimento chegou à vida dos madeirenses?

Um modelo de desenvolvimento de esperas sem fim que deixa tanta gente para trás, políticas que atiram os madeirenses para longas listas de espera, em todas as áreas, a aguardarem por uma solução, a desesperarem pelos seus direitos.

A intensa propaganda alinhada com um discurso agressivo e prepotente contra todos os que contestam as mentiras do regime ou defendem ideias diferentes, articuladas com a teoria da negação e da desresponsabilização, pretende apenas esconder o resultado das suas políticas que atiraram milhares de madeirenses para o rol das esperas.

5000 famílias inscritas a aguardarem por uma habitação a juntar a outras milhares da classe média à espera de habitação a preços acessíveis; lista com 80 mil madeirenses em risco de pobreza e exclusão social; mais de 1000 idosos em lista de espera para serem colocados num lar; lista de 17 mil madeirenses que emigraram nos últimos 10 anos, porque não encontraram condições para viverem na sua terra. Lista com a mais alta taxa de desemprego do país. 9 mil jovens “nem nem” no elenco dos que não estudam, nem trabalham; lista com 51,5% da população que não tem capacidade para assegurar o pagamento imediato de uma despesa inesperada sem recorrer a um empréstimo; lista com 9,4% da população que não tem capacidade económica para pagar atempadamente rendas, prestações e despesas correntes;

Na listagem das admissões na Unidade de Agudos, 40% estão relacionados com consumo de drogas e é na Região que o consumo de substâncias psicoativas é mais elevado, 4 vezes superior ao registado no restante país.

Na Universidade da Madeira, durante os anos letivos de 2019 a 2021, apesar de 43% dos seus alunos terem sido abrangidos por uma bolsa de estudos da DGES, criou-se uma lista de 384 alunos que desistiram dos seus cursos.

O governo regional colocou os madeirenses na lista dos portugueses com o menor poder de compra do país e na tabela dos que continuam à espera de usufruírem do diferencial fiscal máximo de 30% aplicado ao IVA e ao IRS;

No final do ano passado, o Serviço Regional de Saúde apresentava uma lista de 118 mil atos médicos por realizar. Em lista de espera, estão mais de 20 mil cirurgias, 43 mil consultas, 24 mil meios complementares de diagnóstico.

O modelo de desenvolvimento da espera permanente não serve os madeirenses, exige-se uma Madeira Melhor, uma mudança de paradigma sustentada em ideias, propostas estruturantes e credíveis ao serviço da qualidade de vida dos madeirenses e do futuro da Região.