Manifestantes pedem em Londres "justiça" após morte de homem negro pela polícia
Dezenas de pessoas manifestaram-se este sábado em frente à sede da polícia de Londres, Scotland Yard, a pedir "justiça" depois de um homem negro ter sido morto por um agente, o que relançou o debate sobre o racismo na polícia londrina.
Chris Kaba, 24 anos, foi morto a tiro por um agente da polícia no sudoeste de Londres em 5 de Setembro, quando estava a ser perseguido por um carro patrulha.
O homem, que estava desarmado, ficou ferido e morreu nessa noite no hospital.
A família pediu a abertura de uma investigação pela morte, questionando em comunicado se Chris Kaba teria morrido "se não fosse negro".
Reunidos perto de Westminster, onde está o caixão da defunta rainha Isabel II, os manifestantes pediram "justiça" para a vítima.
"Ele não tinha uma arma. Então porque foi baleado? Porque foi morto? Ia ser pai. O seu filho vai crescer sem pai, porquê?", interrogou-se o escritor Chris Sibia, em declarações à agência France-Presse, expressando a sua indignação perante a "injustiça".
De acordo com a polícia, a matrícula do carro de Chris Kaba foi detetada por uma câmara que indicou que o veículo estava ligado a um incidente com armas de fogo nos dias anteriores.
O agente que disparou foi suspenso e foi aberto um inquérito por "homicídio", com promessa de ser investigada também a relevância de a vítima ser negra.
A família já expressou a sua revolta quanto ao tempo que a investigação pode demorar, até nove meses.
Em 2020, a detenção pela polícia londrina do atleta negro Ricardo Dos Santos, da sua companheira e do bebé, no auge do movimento "Black Lives Mater" nos Estados Unidos da América, causou um escândalo e levou à abertura de uma vasta investigação sobre a discriminação racial na polícia.
A chefe da Scotland Yard, Cressida Dick, demitiu-se em Fevereiro, na sequência de um relatório que apontava para comportamentos racistas, misóginos e discriminatórios nas equipas policiais.