A intolerância e o FC Porto
1. Devem ser poucos os que têm duvidas que a Europa é o continente com melhor qualidade de vida. Onde a esperança de vida é maior, se excluirmos o Japão, onde apesar de tudo, as diferenças culturais são aceites. É um dado indesmentível. Mas se a seguir à Segunda Grande Guerra a Europa assistiu ao Baby Boom, nos últimos anos o cenário tem sido bem diferente. Um continente envelhecido, que não quer ter a chatice de criar crianças num mundo adverso. Às famílias numerosas, hoje em dia, sucedem-se os trans e afins que não se sentem homens ou mulheres, ou que o podem ser em dias alternativos. Como estamos na Europa, felizmente, tudo é aceite e respeitamos, pelo menos nos países onde a democracia está instalada há mais anos. O problema é que a falta de pessoas fez com que fosse preciso abrir as fronteiras à imigração desregulada. Tudo seria perfeito se não estivéssemos perante uma cruzada ao contrário. Agora são os povos que os europeus quiseram catequizar à força que nos querem impor a sua religião e os seus costumes.
Nalguns casos, como é obvio, países com excesso de população e onde os direitos humanos mais básicos não são respeitados começam a invadir o Velho Continente. E qual é o problema disso, já que estas pessoas, supostamente, vêm permitir a sustentabilidade da Segurança Social dos países envelhecidos? Esta verdade inquestionável, faz com que os movimentos de extrema direita estejam a crescer em quase toda a Europa. Os europeus não querem deixar de respeitar as mulheres, os homossexuais, a liberdade de ser ateu ou agnóstico e que os nossos costumes não sejam exterminados. É por essas razões que a extrema direita cresce em todo o lado, porque as pessoas não querem ser conquistadas por uma cultura pela qual não se identificam.
Que venham e vivam na Europa mas respeitando os nossos valores da Democracia, Liberdade e Respeito pela Vida humana. Só uma imigração controlada poderá contribuir para uma integração plena. Se a Madeira tem cerca de 250 mil habitantes, imaginemos que permitimos a chegada de 500 mil migrantes? Como será a vida de uns e de outros? As famosas conchas serão excomungadas? Passo o caricato da situação, é preciso bom senso para resolver o problema da baixa natalidade e da falta de mão de obra. Por muito duro que seja, para as cabeças mais dogmáticas, precisamos de integrar quem vem, ao contrário de sermos integrados na cultura das burkas e das sharias. Se não percebermos isso, vamos caminhar no sentido da Suécia, Itália ou Hungria onde a extrema direita ganha terreno para acabar com as cruzadas dos migrantes.
2. A intolerância é um mal que atravessa todos os setores da sociedade. O que se passa no futebol é bem ilustrativo disso. Sérgio Conceição, que já merecia uma estátua no Dragão, tantos são os feitos conquistados nos últimos 5 anos, vê a sua família ser apedrejada depois do seu clube ter sido cilindrado pelo Club Bruges. O treinador do FC Porto tem sido atacado nos últimos tempos pelo braço armado de Pinto da Costa. Mas até quando é que as autoridades judiciais e policiais vão permitir que um Estado dentro de outro Estado no reino do Dragão? O FC Porto há muito que devia ser uma equipa de dimensão internacional, mas é este bairrismo que faz que não passe de um campeão regional. Pinto da Costa, o presidente mais titulado na história do futebol, arrisca-se a sair pela porta pequena, apoiado pela sua tropa pretoriana. É triste ver um clube que representa uma região tão importante ser vergado a trogloditas dignos de um filme de terror.