Madeira

"É uma vergonha termos um Governo da República que só governa para os Portugueses do continente”

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A deputada do PSD, Sara Madruga da Costa, reagiu às recentes declarações da Ministra Ana Mendes Godinho que acusou a Madeira de não regulamentar apoios os estatais de combate à pandemia, primeiro e agora os da ajuda às famílias no âmbito do combate à inflação.

“Quando temos um Governo da República que, em situações excepcionais, aprova medidas que só se destinam a parte do território – deixando outras por sua conta e risco, bem como os cidadãos que nelas residem – é sinal de que, infelizmente, quem lidera o País não tem competência, sensibilidade ou sequer capacidade para ocupar o lugar” afirma a deputada Sara Madruga da Costa, reagindo às declarações da Ministra Ana Mendes Godinho, precisamente na resposta a uma questão levantada pela deputada, esta semana, no parlamento nacional. Uma questão que se prende com a exclusão “recorrente” das Regiões Autónomas das medidas que são aprovadas para fazer face a situações excepcionais e, neste caso em concreto, a exclusão da Madeira e dos Açores da compensação salarial às empresas e aos trabalhadores pela subida da Retribuição Mínima Mensal Garantida.

“Governar no dia-a-dia é bem diferente do que ter de gerir situações inesperadas, salvaguardando, acima de tudo, o interesse superior das populações e é por isso que a resposta da Sra. Ministra é, acima de tudo, vergonhosa, tanto mais quando assume que, afinal, os programas e medidas que o seu Governo cria para lidar com estas circunstâncias não se destinam a todos os Portugueses mas, sim, aos Portugueses que esse mesmo Governo entende”, frisa a deputada, deixando claro que é de lamentar "que a Sra. Ministra considere que, em situações excepcionais, as Regiões Autónomas têm de se socorrer dos seus próprios meios para garantir respostas, ficando assim explicada, de uma vez por todas, a falta de apoio e de solidariedade nacional que ficaram evidentes, relativamente à Região, durante a pandemia”.

Aliás, reforça, “os Madeirenses estão bem recordados que o Governo da República não só não ajudou a Madeira durante a pandemia como ainda atrasou o mais possível o aval ao empréstimo e ignorou todos os pedidos de ajuda feitos, a vários níveis, numa falta de solidariedade que, não fosse o Governo Regional, teria mesmo colocado em causa a vida de muita gente”.

“A opção política do Governo Regional tem sido clara e sempre a favor dos Madeirenses, mesmo nas circunstâncias mas difíceis, numa postura bem diferente daquela que tem sido a postura do Governo da República, cujas opções políticas têm sido questionáveis, porque baseadas em interesses partidários e, não, no verdadeiro interesse e sentido de Estado que deveria nortear a sua ação”, remata, por fim, a deputada, que vai mais longe ao afirmar que, no caso em apreço, que motivou esta reação e que diz respeito ao tratamento discriminatório face aos empresários insulares, “os próprios deputados do PS, designadamente os da Madeira e dos Açores, estão contra o Governo e o PS nacional”, tendo votado inclusivamente a favor da inclusão das Regiões Autónomas na medida nacional de compensação salarial às empresas e aos trabalhadores pela subida da Retribuição Mínima Mensal Garantida.

“Em comunicado, na altura da votação da uma proposta de lei oriunda do parlamento regional açoriano, os deputados do PS eleitos pela Madeira e pelos Açores congratularam-se por furar a disciplina de voto e por ter votado a favor desta medida de inclusão, por considerarem que se trata de uma questão de proporcionar iguais condições para as empresas e os trabalhadores de todo o País, neste caso também das Regiões Autónomas", esclareceu.