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Parlamento lamenta morte de antigo chefe do Exército Cerqueira Rocha

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A Assembleia da República aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar pela morte do antigo chefe do Estado-Maior do Exército Cerqueira Rocha, recordando o seu exemplo e "briosa carreira", que marcou profundamente o ramo.

O voto de pesar, apresentado pelo PSD, foi aprovado por unanimidade em sessão plenária na Assembleia da República.

"Honrando em todas as circunstâncias os valores militares, o General Cerqueira Rocha foi um Homem do Exército que devotadamente serviu, marcando-o profundamente", é destacado no texto.

O antigo chefe do Exército é lembrado como um homem "estudioso, objetivo, prático, determinado e leal"

"Ao general Cerqueira Rocha, enquanto chefe do Estado-Maior do Exército, devemos a 'Estratégia do Exército para um Novo Rumo' que conduziram a uma profunda reforma do Exército, como nunca vista nas duas décadas anteriores. Muito justamente, o General Octávio Cerqueira Rocha é reconhecido como o último "reformador" do Exército", lê-se no articulado.

O voto salienta ainda as qualidades "de liderança e clarividência" do general bem como "a sua determinação, a sua experiência e o seu ímpeto reformador" que "marcaram sucessivas gerações"

"O Exército está de luto, as forças armadas portuguesas estão de luto, o país está de luto. Perdeu um dos seus mais notáveis soldados e um dos seus mais insignes cidadãos", vincam.

Octávio Cerqueira Rocha morreu no passado dia 08 de setembro, aos 90 anos.

Foi chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) entre 1992 e 1997, tendo ocupado outros cargos ao longo da sua carreira militar, entre eles, o de comandante-chefe das Forças Armadas na Madeira, comandante da Zona Militar da Madeira, Quartel-Mestre-General do Exército e vice-chefe do Estado-Maior do Exército.

Os deputados aprovaram também, com as abstenções do PCP e BE, um voto de pesar apresentado pelo Chega pela morte do general João Almeida Bruno, antigo presidente do Supremo Tribunal Militar, que morreu no passado dia 10 de agosto, aos 87 anos.

O voto lembra o percurso do militar, enaltecendo algumas das suas condecorações.

"Pelo seu envolvimento no Movimento das Caldas esteve preso na Trafaria até ao 25 de Abril. Voltou a ser preso entre março e julho de 1975, tendo ficado com residência fixa até ao 25 de novembro", lê-se.

Destacando os "serviços que brilhantemente prestou", o parlamento lamentou desta forma o falecimento do militar e endereçou à família, amigos e Exército "as mais sentidas condolências".

O general Almeida Bruno integrou o curso na Escola do Exército, local onde teve como colegas de curso Ramalho Eanes, Melo Antunes, Loureiro dos Santos e Jaime Neves.

Aquando da revolta das Caldas da Rainha, em março de 1974, prelúdio do 25 de Abril, foi alvo de uma tentativa de assassinato pela polícia política do Estado Novo, a PIDE.