Madeira

"Bastantes queixas" após cancelamento de carreiras nos Horários do Funchal

Plenário de trabalhadores afectou em cerca de 20% a operação da empresa

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"Tivemos bastantes queixas, porque as pessoas têm todo o direito em viajar". A confidência é do presidente dos Horários do Funchal, Alejandro Gonçalves, em jeito de lamento e também de reacção ao plenário de trabalhadores que se realizou esta tarde, na Fundoa, e que 'paralisou' em cerca de 20% a operação "em toda a rede" da empresa.

As interrupções “não são nada boas”, admite, explicando que “os utilizadores contam que o autocarro passe a determinada hora na paragem” e que “de repente” não viram “o autocarro passar, o que é “sempre complicado”.

“Cerca de 20% das nossas carreiras foram afectadas com a realização deste plenário, que é um direito dos trabalhadores. Cabe apenas à empresa pedir desculpas aos nossos utilizadores pelo transtorno que foi criado. Ainda bem que o mesmo acabou meia-hora mais cedo, porque assim conseguimos repor rapidamente as viagens ao serviço da população”, refere Alejandro Gonçalves, destacando ainda a adesão dos próprios motoristas a esta reunião: dos 325 motoristas compareceram 51.

Enviámos um comunicado aos órgãos de comunicação social e utilizámos as redes sociais para difundir que iria existir este plenário. Também afixámos informações nas nossas lojas e em alguns abrigos, ou seja, tentámos fazer o melhor, até porque pensávamos que o plenário iria realizar-se mais rapidamente. É um direito dos trabalhadores e a única coisa que podemos fazer é pedir desculpa em nome da empresa por este constrangimento. Alejandro Gonçalves

Este plenário realizou-se de forma a transmitir aos motoristas e restantes funcionários que avanços têm sido concretizados entre o Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT) e Horários do Funchal na renegociação do Acordo de Empresa (AE).

“É um processo negocial e ainda não chegámos a nenhuma ruptura. Não há imposições e temos trocado ideias, pelo que até temos avançado muito rapidamente. Em 74 cláusulas faltam-nos negociar cerca de 15 a 20”, mencionou o presidente da empresa pública de transportes.

Adjudicada a ‘divisão’ da Madeira em dois no transporte público de passageiros

Esta foi uma das decisões tomadas hoje pelo Conselho de Governo reunido esta quarta-feira

Questionado se existia algum nervosismo ou tensão entre os motoristas dos Horários do Funchal relativamente ao recente anúncio do novo contrato de concessão do transporte público de passageiros, Alejandro Gonçalves explica que a decisão cabe agora... aos próprios trabalhadores da Companhia de Carros de São Gonçalo.

“Já há muito tempo tivemos uma reunião com todos os trabalhadores e alertámos que quando chegar a altura eles têm a opção de decidir: se querem ir para o novo consórcio ou se querem ficar na empresa Horários do Funchal. É claro que agora com esta adjudicação vamos passar à próxima fase e o novo consórcio deve querer saber quem são os trabalhadores que querem passar para o outro lado”, mencionou.