A triste realidade das urgências
Quero aqui tocar num assunto que me deixou bastante incomodada e que tenho a certeza já deixou muitas famílias indignadas.
Que falta de empatia, de bom senso para com as pessoas. Vai um familiar meu para as urgências, octogenário, e com demência, o acompanhante não pode entrar, ainda que seja só na triagem para poder explicar o que o paciente não consegue exprimir-se.
Aconteceu num domingo pelas 9h, durante a manha recebo as SMS no meu telemóvel, tudo bem, liguei no domingo á noite, disseram que o meu familiar tinha de repetir as análises. No dia seguinte, segunda-feira, deixo de receber as SMS, liguei durante o dia e não consegui falar com nenhum medico, muito menos vê-la. Na terça feira, quando recebo uma mensagem a dizer: “A utente por si acompanhada está no andar técnico (URGENTE)”. Mais tarde pedi para vê-la, mas era impossível, segundo eles. Numa das chamadas que fiz para o gabinete de acompanhamento ao utente, o meu familiar estava a aguardar uma vaga para a medicina interna ou para o Hospital dos Marmeleiros.
Durante a noite foi transportada para o dito hospital (e não recebi nenhuma SMS a informar). As 6:30h de quarta-feira recebo uma chamada a dizer: “A sua familiar faleceu, ela só esteve ca 4 a 5 horas”.
O que é isto?? Nenhum médico ou enfermeiro viu que aquela paciente estava em falência, de modo a chamar os familiares? Como é que isto é possível? Isto aconteceu para que o utente não falecesse nas urgências depois de 3 dias? Por favor!!! Claro, não tem sobrenome conhecido!!
Maria Vieira