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Trabalhadores da agropecuária, construção, hotelaria e retalho estão hoje em greve

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Os trabalhadores da agropecuária, transformação, construção, comércio, retalho, hotelaria, limpeza e segurança estão hoje em greve, reivindicando o aumento dos salários e uma redução nos escalões de IRS, pedindo a colaboração da CGTP e UGT, apesar de admitirem divergências.

"A direção do Sindicato do Proletariado deliberou [...] a convocação de uma greve dos trabalhadores dos setores de agropecuária, indústrias transformadoras, construção, comércio, retalho, hotelaria, serviços de limpeza e segurança, a levar a efeito, em todo o território nacional, das 00:00 às 24:00, no dia 15 de setembro de 2022 [hoje], com o objetivo de dar combate aos graves efeitos da inflação sobre as condições de vida dos trabalhadores", anunciou, em comunicado.

Os trabalhadores reivindicam um aumento salarial de 150 euros para todos os que recebem um salário líquido até 1.500 euros.

Já para os que auferem salários entre 1.500 euros e 1.649 euros é pedido um aumento salarial correspondente à diferença entre "o primeiro e o segundo valor salarial".

Por outro lado, exigem uma redução de 2% em todos os escalões de IRS relativos ao trabalho dependente, entre 1.600 euros e 3.500 euros.

No documento, o sindicato admitiu "profundas discordâncias com a estratégia sindical e política da CGTP e UGT", porém, não deixou de lado a possibilidade de articulação da greve com as duas centrais, podendo assegurar uma maior adesão.

Assim, enviou uma carta aberta às duas centrais propondo a sua adesão e apoio, "articulando a convocação de greve para o mesmo período".

O Sindicato do Proletariado sublinhou ainda que as desigualdades na distribuição de riqueza colocam Portugal entre os países "mais socialmente desiguais" da União Europeia.

Citando dados do Eurostat, apontou que 20% dos mais ricos têm um rendimento cinco vezes superiores aos 20% mais pobres.

A isto soma-se a inflação e os lucros arrecadados, nos últimos meses, "pela burguesia, com destaque para os monopolistas setores da energia e do retalho".

Para o sindicato, a greve poderá ajudar a dar resposta aos "problemas imediatos" que prejudicam as condições de vida dos trabalhadores.

A Lusa contactou o Sindicato do Proletariado, mas não obteve resposta.

Segundo a informação disponível no seu 'site', esta estrutura sindical constitui uma "marca registada" do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Agropecuária, Indústrias Transformadoras, Construção, Comércio, Retalho, Hotelaria, Serviços de Limpeza e Segurança (SINTCAD).