Putin não considera "um erro" ter iniciado o conflito, afirma Scholz
Vladimir Putin não considera a invasão da Ucrânia "um erro" e a sua opinião não deverá mudar, referiu ontem o chanceler alemão, Olaf Scholz, que manteve na terça-feira uma conversa telefónica com o Presidente da Rússia.
"Infelizmente, não posso dizer que agora há uma consciência crescente de que foi um erro iniciar esta guerra", destacou o governante alemão quando questionado sobre o diálogo com Vladimir Putin.
Para Olaf Scholz, a opinião do chefe de Estado russo não irá mudar.
"Não há nada que indique que está a surgir uma nova posição ali", sublinhou o chanceler alemão que manteve uma conversa telefónica de 90 minutos com o Presidente russo na terça-feira.
Olaf Scholz sentiu que foi "correto" manter a conversa com Putin e dizer o que era necessário.
"Porque estou firmemente convencido de que a Rússia deve se retirar, que as suas tropas devem retirar-se, para que a paz tenha uma hipótese naquela região", frisou.
Na terça-feira, Olaf Scholz pediu a Vladimir Putin que ordenasse a "retirada completa" das forças russas da Ucrânia, onde Moscovo enfrenta agora uma contraofensiva.
Na contraofensiva ucraniana, mais de 300 localidades já foram recapturadas pelas forças de Kiev na região do nordeste do país, de onde as forças russas já se retiraram quase por completo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra mais de 5.800 civis mortos e cerca de 8.400 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.