A Guerra Mundo

UE prolonga sanções individuais por ameaça à soberania ucraniana

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O Conselho da União Europeia (UE) decidiu esta quarta-feira prorrogar, por mais seis meses, as sanções impostas a pessoas e entidades consideradas responsáveis por minar ou ameaçar a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia.

As medidas punitivas existentes preveem restrições de viagem para pessoas físicas, congelamento de bens e proibição de disponibilizar fundos ou outros recursos económicos para indivíduos e entidades na lista negra, explicou o Conselho em comunicado.

Desta forma, as sanções continuarão a ser aplicadas a 1.206 pessoas e 108 entidades, muitas destas relacionadas com a atual agressão militar russa contra a Ucrânia.

Desde que Moscovo iniciou a invasão do seu vizinho em 24 de fevereiro, a UE estendeu as sanções contra a Rússia.

Além de sancionar políticos de alto escalão, oligarcas, militares e propagandistas, a UE também tomou medidas sem precedentes destinadas a enfraquecer significativamente a base económica da Rússia, privando-a de tecnologias e mercados críticos e reduzindo significativamente a sua capacidade de operar uma guerra.

O Conselho também condenou os ataques "indiscriminados" da Rússia contra a população civil e a infraestrutura civil, e instou Moscovo a retirar imediata e incondicionalmente todas as suas tropas e equipamentos militares de todo o território da Ucrânia, dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.

Da mesma forma, pediu o respeito pelo direito internacional humanitário e enfatizou que a Rússia, a Bielorrússia e todos os responsáveis por crimes de guerra terão que ser responsabilizados pelas suas ações.

Por último, salientou o empenho da UE em ajudar a Ucrânia a "exercer o seu direito inerente de autodefesa contra a agressão russa e a construir um futuro pacífico, democrático e próspero".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra mais de 5.800 civis mortos e cerca de 8.400 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.