Olaf Scholz pede "resolução pacífica" para confrontos no sul do Cáucaso
O chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu esta quarta-feira uma "resolução pacífica" para os confrontos que se desenrolam desde terça-feira na fronteira entre Arménia e Azerbaijão, país que, segundo Erevan, atacou o seu território soberano.
"Este conflito não tem sentido, custa vidas humanas e deve ser resolvido pacificamente", realçou Scholz durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro georgiano Irakli Garibashvili, em Berlim.
Já o primeiro-ministro georgiano destacou que assiste às hostilidades entre a Arménia e o Azerbaijão "com preocupação", garantindo que a situação é "inaceitável" do ponto de vista da Geórgia.
Irakli Garibashvili manifestou também esperança de que ambas as partes "iniciem rapidamente o diálogo" e deu como exemplo seguir o processo de mediação que no ano passado levou à libertação de 15 prisioneiros de guerra arménios.
As forças do Azerbaijão ocuparam 10 quilómetros quadrados de território arménio durante confrontos que se desenrolam na fronteira entre Erevan e Baku desde terça-feira, disse hoje o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan.
Os confrontos, que eclodiram durante a madrugada de terça-feira, são os mais intensos desde a guerra de 2020, em que a Arménia saiu derrotada, num conflito que matou mais de 6.500 pessoas.
Questionado sobre o aumento das exportações de gás para a Europa pelo Azerbaijão, o chanceler alemão respondeu que "há sempre dificuldades em algum lugar do mundo com consequências para as relações económicas".
No entanto, a solução não está na "desglobalização", mas sim na "diversificação" dos fornecedores, algo em que o seu governo "aprendeu com os erros", nomeadamente no que diz respeito ao gás.
Scholz listou as medidas tomadas para substituir as importações russas de gás, como a construção de terminais para importação de gás natural liquefeito e a assinatura de acordos de cooperação com vários países do mundo.
"Isto permite-nos trazer gás de vários locais de produção e reforçar a nossa independência e soberania energética", acrescentou.
Scholz e Garibashvili também aludiram às aspirações da Geórgia de aderir à União Europeia, com o chanceler a prometer ao país caucasiano "todo o apoio" na realização das reformas necessárias para cumprir os requisitos de acesso.
O primeiro-ministro georgiano sublinhou que o seu governo está "motivado" a garantir que as 12 recomendações formuladas pelo Conselho Europeu sejam aplicadas "de forma rápida e abrangente".