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Macron pede ao Azerbaijão para "regressar ao respeito do cessar-fogo"

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O Presidente francês Emmanuel Macron apelou ontem ao seu homólogo Ilham Aliev a "regressar ao respeito do cessar-fogo" com a Arménia após novos confrontos mortíferos entre os dois países.

Na sequência de um contacto telefónico, "referiu ao Presidente Aliev a urgência de pôr termo às hostilidades, e de regressar ao respeito do cessar-fogo", indicou em comunicado o Eliseu, e quando pelo menos uma centena de soldados dos dois lados foram mortos hoje em combates.

Macron manifestou "grande inquietação" face aos novos confrontos e insistiu na necessidade de "intensificar os esforços de negociação" entre os dois países.

Recordou ainda a "disponibilidade em contribuir em ligação com todos os parceiros, designadamente a União Europeia", acrescentou a presidência francesa.

O Presidente francês também contactou durante a noite de segunda para terça-feira com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pachinian. Na ocasião, apelou ao "respeito da integridade territorial da Arménia".

Por seu turno, o Azerbaijão acusou a Arménia de "violar de forma intensa" o cessar-fogo anunciado pela Rússia.

A União Europeia solicitou o fim das hostilidades e anunciou que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que dirige uma mediação entre Erevan e Baku, vai manter contactos com os dois beligerantes.

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, também manteve contacto com os dirigentes da Arménia e Azerbaijão para os exortar a garantir a paz.

A Arménia e o Azerbaijão declararam a independência em 1991 e o início do conflito, que se agudizou nos últimos meses, centrou-se em torno do enclave do Nagorno-Kharabak, região em território azeri, hoje habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos), declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência dessa guerra, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e Estados Unidos), constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas continuaram a ser frequentes, e implicaram importantes confrontos em 2018.

Cerca de dois anos depois, no outono de 2020, a Arménia e o Azerbaijão enfrentaram-se durante seis semanas pelo controlo do Nagorno-Karabakh durante uma nova guerra que provocou 6.500 mortos e com uma pesada derrota arménia, que perdeu uma parte importante dos territórios que controlava há três décadas.

Após a assinatura de um acordo sob mediação russa, o Azerbaijão, apoiado militarmente pela Turquia, registou importantes ganhos territoriais e Moscovo enviou uma força de paz de 2.000 soldados para a região do Nagorno-Karabakh.

Apesar do tímido desanuviamento diplomático, os incidentes armados permaneceram frequentes na zona ou ao longo da fronteira oficial entre os dois países.

Os confrontos da madrugada de hoje são os mais graves entre a Arménia e o Azerbaijão desde a guerra em 2020, denunciaram as autoridades de Erevan, que responsabilizam Baku pela "agressão".