Retomado pagamento de pensões nos territórios libertados por Kiev
A Ucrânia retomou o pagamento de pensões aos reformados que vivem nos territórios ucranianos que foram reconquistados às forças russas desde o início da contraofensiva por Kiev, revelou esta terça-feira o Presidente Volodymyr Zelensky.
"É muito importante que, juntamente com as nossas tropas e com a nossa bandeira, a vida normal seja possível no território desocupado", referiu Zelensky durante o seu habitual vídeo noturno dirigido à população.
O chefe de Estado ucraniano deu como exemplo Balakliya, em Hrakove, onde "os pagamentos de pensões já começaram por cinco meses de cada vez", depois de "simplesmente não ter sido possível fazer os pagamentos devido à ocupação".
"E todos os aposentados ucranianos no território libertado receberão pagamentos. A Ucrânia sempre cumpre as suas obrigações sociais para com as pessoas", garantiu.
Durante uma reunião do Estado-Maior General, realizada esta terça-feira, a situação no território libertado foi detalhadamente analisada, explicou.
"Até agora, foram concluídas as medidas de estabilização em distritos com uma área total superior a 4.000 quilómetros quadrados", realçou Zelensky.
A estabilização "continua no território liberado de aproximadamente o mesmo tamanho", onde "remanescentes de ocupantes e grupos de sabotagem são detetados, colaboradores são detidos e a segurança total é restabelecida", acrescentou.
O Exército ucraniano anunciou pela primeira vez uma contraofensiva no sul, no início de setembro, antes de fazer um avanço relâmpago na semana passada na região de Kharkiv, na fronteira com a Rússia no nordeste do país, forçando os soldados de Moscovo a recuar para outras posições.
As autoridades ucranianas também têm relatado sucesso na região de Kherson, no sul, ocupada pela Rússia e na fronteira com a Crimeia anexada, e nas regiões orientais sob o controlo de separatistas pró-russos desde 2014.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra mais de 5.800 civis mortos e cerca de 8.400 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.