França recusa pedido de extradição de padre francês acusado de agressão sexual no Canadá
A França não vai extraditar para o Canadá um padre francês acusado de agredir sexualmente jovens inuítes no território de Nunavut, na década de 1960, divulgou esta terça-feira o Ministério da Justiça francês.
A justiça francesa explicou a uma delegação de inuítes, que se deslocou a Paris para apoiar este pedido, que recusou a extradição, solicitada pelo Canadá, do padre francês Johannes Rivoire, de 92 anos.
Johannes Rivoire, que reside em Lyon, no centro-leste de França, mas que também tem nacionalidade canadiana, foi alvo de um pedido de extradição apresentado no início de agosto por Otava.
O padre é acusado de agredir sexualmente um jovem inuíte, na década de 1960, quando estava numa missão no extremo norte canadiano, acusações que nega.
"Recorda-se que, de acordo com a sua tradição constitucional, a França não extradita os seus cidadãos", referiu o Ministério da Justiça à agência France-Presse (AFP), após o encontro com o assessor de diplomacia do ministro Eric Dupond.
No entanto, a justiça francesa sublinhou que "a França está disposta a responder a qualquer pedido de auxílio judicial mútuo que seja feito pelo Canadá".
"Para que seja aberta uma investigação judicial em França, as autoridades judiciais canadianas devem denunciar os factos, o que não é o caso nesta fase", indicou uma fonte próxima do processo à AFP.
Até agora, o padre, que deixou o Canadá em 1993 após 33 anos no campo, nunca se preocupou.
Após um primeiro mandado de prisão entre 1998 e 2017 por agressão sexual a três menores, Johannes Rivoire foi alvo de um segundo mandado de prisão no Canadá desde fevereiro, após a apresentação de uma nova denúncia em setembro de 2021, por agressão sexual ocorrida aproximadamente há 47 anos.