O fim de uma era
Bem vistas as coisas, nunca foi mais oportuno utilizar esta expressão tão comum.
A partida da Rainha Isabel II para o outro mundo marca realmente o fim de uma era relativamente boa para o Reino Unido depois de mais de 70 anos de serviço dedicado.
Infelizmente, estamos agora à beira de um período escuro, volátil e até mesmo assustador para a Europa, e principalmente para o Reino Unido que se arrisca a ficar cada vez mais isolado dos seus parceiros mundiais.
A economia do Reino Unido está sobre forte ataque. Inflação acima dos 10%, empresas a falir todos os dias, desemprego a aumentar a ritmo assustador, um inverno que se aproxima sem energia suficientemente acessível para todos os cidadãos, um governo novo liderado por incompetentes e por uma pessoa que há 20 anos pertencia a outro partido (Liberal Democrats) e era descaradamente anti monarca, a libra a baixar e a atingir o valor mais baixo de sempre em relação ao dólar (1 GBP=1.14 USD) etc.
Tudo isto foi demais para a nossa Rainha aguentar.
A Rainha foi realmente um exemplo extraordinário de serviço a esta nação Britânica. Uma pessoa que me fez acreditar na monarquia (eu que nasci republicano mas que comecei a acreditar na monarquia através do exemplo de vida desta rainha).
A Rainha sempre colocou os seus valores cristãos e cívicos acima de tudo e liderou esta nação como nunca se viu em mais parte alguma. Nunca se meteu na política e nunca interferiu com nenhum dos seus governos. Deve ter sido extremamente difícil esconder a sua própria opinião mas fê-lo por obrigação constitucional. Já o mesmo não se pode dizer do filho dela - o nosso novo Rei Carlos III. Enfim, penso que dificilmente teremos outra monarca como ela. Viveu uma vida extraordinária e serviu esta nação impecavelmente até aos últimos dias da sua vida com a nomeação da nova Primeira Ministra Liz Truss apenas dois dias antes de falecer. Paz à sua alma - que descanse em paz.
Agora aguardamos por novas notas, moedas, novo hino nacional. Mas o mais difícil será habituarmo-nos a dizer “God Save the King!”
Paulo Colaço Dias