Rússia confirma retirada da região de Kharkiv
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou hoje que está a retirar as suas tropas de duas áreas na região de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, no seguimento de uma contraofensiva na última semana.
"[As movimentações das tropas russas foram feitas] para atingir os objetivos enunciados da operação militar especial de libertação do Donbass", disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, citado pela agência de notícias AP.
As declarações da Rússia surgem no mesmo dia em que as forças ucranianas anunciaram ter recuperado a cidade de Kupiansk, no leste da Ucrânia, uma localidade a 120 quilómetros de Kharkiv, e que está nas mãos do exército russo há vários meses, adiantou a AFP, salientando a importância estratégica da cidade para o abastecimento das linhas de combate russas.
O novo avanço importante reivindicado pelas forças ucranianas acontece depois de Kiev ter afirmado ter recuperado nos últimos dias o controlo de 30 localidades na zona de Kharkiv, na fronteira com a Rússia.
A justificação de retirada da Rússia - reagrupar as tropas para manter o objetivo da operação especial militar - é a mesma que foi dada nos primeiros dias da invasão da Ucrânia pela Rússia, quando as forças militares ucranianas conseguiram impedir o avanço das tropas russas rumo a Kiev, a capital do país.
O Ministério da Defesa britânico e o Instituto para o Estudo da Guerra, um centro de pesquisa com sede em Washington, deram conta de avanços significativos das tropas ucranianas nos arredores de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, nos últimos dias.
O novo avanço importante reivindicado pelas forças ucranianas acontece depois de Kiev ter afirmado ter recuperado nos últimos dias o controlo de 30 localidades na zona de Kharkiv, na fronteira com a Rússia.
A cidade de Kupiansk, situada a cerca de 120 quilómetros a sudeste de Kharkiv, caiu nas mãos dos russos menos de uma semana depois do início da ofensiva de Moscovo na Ucrânia, a 24 de fevereiro.
A tomada de controlo pelas forças ucranianas pode colocar um sério problema a Moscovo, uma vez que a cidade se encontra nas rotas de abastecimento de outras posições russas na linha da frente.
Kiev pode brevemente, de acordo com observadores do conflito, aumentar a sua pressão sobre outras cidades controladas pelos russos, sobretudo Izium, que tinha uma população de cerca de 45 mil habitantes antes do início da guerra e que tem uma grande importância para as operações militares de Moscovo.
A ofensiva lançada em 24 de fevereiro na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.