Milhares de refugiados afegãos e ucranianos afectados por atraso no visto de trabalho
Duas senadoras norte-americanas pediram esta quinta-feira à administração de Joe Biden que agilize a emissão de autorizações de trabalho, alertando que os atrasos afetam centenas de milhares de refugiados afegãos e ucranianos que chegaram aos Estados Unidos.
A senadora republicana Lisa Murkowski e a democrata Amy Klobuchar escreveram uma carta ao Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS) dos Estados Unidos, onde detalham que receberam informações sobre tempos de espera de até nove meses, para receber autorizações de trabalho.
"Estes atrasos não são apenas devastadores para os refugiados (...), mas também são uma barreira para que possam enriquecer as suas novas comunidades com os seus talentos e habilidades", salientaram as senadoras no documento.
As congressistas asseguraram ainda que os atrasos têm um efeito negativo, num momento de escassez de trabalhadores nos Estados Unidos.
Em julho, os EUA registaram 6,4 milhões de novas contratações e quase o dobro do número de vagas, segundo dados do Bureau of Labor Statistics (BLS) (departamento de estatísticas laborais).
Cerca de 79.000 afegãos e 39.000 ucranianos entraram nos Estados Unidos com uma permissão especial de imigração que lhes permite solicitar uma permissão de trabalho, de acordo com o Migration Policy Institute.
A pandemia de covid-19 e as mudanças nas regulamentações impostas pelo governo do agora ex-presidente Donald Trump (2017-2021) causaram atrasos no processamento de casos de imigração, explicou o USCIS no início do ano.
Em março, o órgão do governo introduziu uma série de medidas para amenizar a acumulação de casos, como prorrogar a validade das autorizações de trabalho e permitir o pagamento de taxas para agilizar determinados procedimentos.