Comandante regional da PSP critica notícias sensacionalistas e discursos populistas
Luís Simões destaca descida significativa da criminalidade em 2021
O comandante regional da PSP, superintendente-chefe Luís Simões, garante que "as questões de segurança pública são demasiado importante para serem analisadas com base em notícias sensacionalistas ou discursos populistas". A crítica foi proferida por ocasião da intervenção feita na cerimónia comemorativa dos 144 anos do Comando Regional da Madeira da PSP.
Como argumento contra quem critica a actuação da polícia, revelou que em 2021 a criminalidade denunciada na Região baixou 7% e a criminalidade violenta diminuiu 18,4%. Por outras palavras, concluiu que em 2021 houve uma redução de mais de mil crimes face a 2019.
Reconheceu ainda assim que persistem problemas e preocupação com alguns fenómenos de insegurança.
Na longa intervenção proferida, Luís Simões manifestou preocupação com os crimes rodoviários e em particular com o elevado número de acidentes e sobretudo, de vítimas mortais. A maioria destes casos, devido ao excesso de álcool e de velocidade.
Desde já ficou a confirmação que os números da sinistralidade rodoviária, este ano, superam o do período homólogo.
Sobre o efectivo desta força de segurança na Região, reconheceu que o mesmo será reforçado face ao número de polícias que anualmente vão para aposentação ou para pré-aposentação. Estimou que entre 1000 a 1200 polícias deixam de exercer todos os anos. Realidade que só não pior face a uma "injusta norma travão", que só permite sair os que atingem os limites máximos de idade para aposentação.
Em jeito de aviso, deu conta que na Região "mais de um terço dos efectivos está com mais de 50 anos de idade", sendo que 16% tem já idade superior a 55 anos de idade.
A boa notícia é a admissão de sete agentes da Região que irão frequentar o Curso de Promoção a Chefe.
A duplicação de eventos que ocorrem na Região, em particular no Verão, mereceu do comandante regional da PSP duas propostas em tom irónico. "Aumentar o preço dos serviços remunerados para diminuir a procura", ou seja, desencorajar a realização de tantos eventos. Por outro lado, desafiou o poder político a avançar com "iniciativa Legislativa para limitar o número de provas desportivas na via pública e limitar o número de arraiais na Região", sugeriu.
Propostas feitas durante a cerimónia do Comando Regional da Madeira da Polícia de Segurança Pública (PSP) que hoje celebra o 144.º aniversário. A cerimónia a decorrer na sede do Comando Regional conta com a presença da secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, que preside à cerimónia, onde também marca presença o inspector Nacional da Polícia de Segurança Pública, Pedro Clemente, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e o vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Prada.
A falta de condições "na maioria" das esquadras da polícia na Região foi outro assunto abordado.
Avisou que os madeirenses "não compreenderão" se dentro de 4 a 5 anos não estiverem concretizadas as obras já prometidas para melhorar as condições da Polícia em vários concelhos.
Agradeceu o apoio do Governo Regional, nomeadamente na aquisição de equipamentos no âmbito do protocolo celebrado entre a PSP e o Governo Regional.
Antes, como forma de atenuar a carência de mais polícias, sugeriu que os serviços administrativos da Polícia possa vir a ser assegurado por civis.
Concluiu ser "um privilégio" comandar a Polícia na Região, e congratulou-se com os resultados obtidos no último ano. Prometeu continuar a prestar na Madeira e Porto Santo "um serviço eficiente e de qualidade".