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Nova Iorque designa Times Square como "zona livre de armas"

Foto Ed JONES/AFP
Foto Ed JONES/AFP

As autoridades nova-iorquinas declararam Times Square, importante local turístico que atrai 50 milhões de visitantes por ano em Nova Iorque, uma "zona livre de armas", segundo uma nova lei estatal que entrou hoje em vigor.

A extensa atração turística de Manhattan, incluindo parques, igrejas e teatros, passa a estar fora do alcance de armas, medida aprovada após uma decisão do Supremo Tribunal dos EUA em junho de expandir os direitos de armas.

Embora em Nova Iorque a posse de armas em público tenha sido proibida durante décadas, em junho passado o Supremo Tribunal federal anulou essa proibição e tornou legal estar armado fora de casa.

Com mais de 50 milhões de turistas todos os anos, Times Square é uma das áreas mais densamente povoadas do país e um local privilegiado, segundo as autoridades de Nova Iorque, para ser designado como "zona livre de armas".

A polícia começou a pendurar placas temporárias em postes de rua com braçadeiras e a partir de hoje, placas de rua digitais serão colocadas em toda a área.

"Gostaria que este não fosse um tópico sobre o qual precisássemos de falar hoje. Se não houvesse uma decisão do Supremo Tribunal no final de junho, não estaríamos a ter esta conversa", lembrou, por sua vez, a governadora do Estado de Nova Iorque, Kathy Hochul, em conferência de imprensa.

Nova Iorque está entre meia dúzia de estados que tiveram as principais disposições da sua leis de armas invalidadas pela instância jurídica máxima dos EUA, devido à exigência de que os requerentes provassem que tinham "causa adequada" para ter licença.

A lei rapidamente adotada, no entanto, gerou confusão e contestações judiciais de proprietários de armas, que dizem que esta limita indevidamente os seus direitos constitucionais.

"Eles parecem estar menos focados em lidar com a violência armada e mais para simplesmente impedir que as pessoas obtenham armas -- mesmo que essas pessoas sejam cidadãos honestos e cumpridores da lei, que, de acordo com o Supremo Tribunal, têm o direito de tê-las", salientou Jonathan Corbett, advogado de Brooklyn e uma das várias pessoas que contestam a lei no tribunal.

De acordo com a lei, os requerentes de uma licença de porte oculto terão que completar 16 horas de treino em sala de aula e duas horas de exercícios de tiro real.

Cidadãos comuns seriam proibidos de levar armas para escolas, igrejas, metros, teatros e parques de diversões, entre outros lugares considerados "sensíveis" pelas autoridades.

Os candidatos a licenças também terão que fornecer uma lista de contas nas redes sociais nos últimos três anos como parte de uma revisão de "caráter e conduta".

Os xerifes de alguns condados do norte do Estado realçaram que o trabalho adicional dos seus investigadores pode aumentar os atrasos existentes no processamento de pedidos.