Petroleiro que saiu de Portugal bloqueou o canal do Suez durante cinco horas
Um petroleiro que saiu de Portugal bloqueou o canal do Suez durante cinco horas, anunciou a operadora do canal, originando receios de uma interrupção no tráfego marítimo semelhante à causada em março de 2021.
O navio-tanque Affinity V "encalhou no canal do Suez às 19:15" de quarta-feira (18:15 em Lisboa), disse um porta-voz da Autoridade de Gestão do Canal de Suez à televisão egípcia Extra News.
"O trânsito está restabelecido e o petroleiro Affinity V foi libertado com sucesso" pouco depois da meia-noite (23:00 em Lisboa), anunciou hoje a operadora do canal, adiantando que mobilizou os "serviços de salvamento do canal numa operação que mobilizou mais de cinco reboques".
O incidente foi causado por uma "falha técnica ao nível do leme que levou à perda de controlo do navio", indicou a autoridade.
O canal do Suez é uma das rotas marítimas mais movimentadas do comércio mundial.
O navio-tanque de bandeira de Singapura Affinity V tem 252 metros de comprimento e 45 metros de largura, partiu de Portugal e dirige-se ao porto saudita de Yanbu.
É a primeira vez que um navio bloqueia o canal estratégico desde o incidente causado pelo Ever Given, um navio porta-contentores de quase 200 mil toneladas cuja proa encalhou na margem leste do canal durante uma tempestade de areia em março de 2021.
O navio bloqueou durante seis dias a principal rota de tráfego entre a Europa e a Ásia, onde passa cerca de 10% do comércio marítimo mundial.
A operação de resgate custou a vida de um agente da Autoridade de Gestão do Canal de Suez.
O presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi aprovou em maio um plano para ampliar e aprofundar ainda mais a parte sul do canal em que o navio ficou preso.
De acordo com a operadora, o Egito perdeu até 15 milhões de dólares (15 milhões de euros) por dia devido ao bloqueio, enquanto as seguradoras estimaram milhares de milhões de dólares em perdas por dia para o comércio marítimo mundial.
O Canal de Suez anunciou em julho um lucro recorde de 7 mil milhões de dólares (7 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2021-2022, após aumentar repetidamente as taxas de trânsito de navios.