Roubei este slogan à Rádio Renascença para lhe dar conta que, este argumento de marketing pode perfeitamente ser aplicado e valorizar ainda mais o ADN da Polícia ao serviço da Região Autónoma da Madeira (RAM). Mas vem a propósito para perceber até que ponto, este slogan está na memória de muitos madeirenses. É precisamente sob o signo de “Made in PSP” que partilho esta visão.

Faço este introito para confessar aos meus leitores que tenho um enorme orgulho em ser profissional da “principal e mais importante força de segurança em Portugal, a PSP”. E até já um dia escrevi que se o tempo voltasse para trás escolheria sem “espinhos” a mesma profissão. Tudo isto para dizer o quê? Que, no dia 1 de setembro de 2022, é um dia muito especial para todos os profissionais da PSP, porque faz hoje 144 anos que o Comando Regional presta serviço à Madeira e aos madeirenses, desde 1878. Uma honra, é verdade. Sempre são coisas que nos enchem o ego!

É por isso tempo de festejar! Tempo de olharmos para a nossa magnífica instituição que tantas e tão diferentes incumbências desenvolve nesta Região Autónoma, de valorizarmos a qualidade de trabalho dos nossos profissionais, elogiando a capacidade de resiliência que nos permite olharmos com garra e convicção o futuro. E depois replicarmos este exercício a cada dia, pois certamente, viveremos mais felizes profissionalmente e atentos ao que nos rodeia!

Com esta reflexão e tendo por causa próxima o que tem acontecido ultimamente nas forças de segurança, pretendo chamar a atenção para a perda progressiva da autoridade da Polícia face à crescente onda de desintegração social, expressa na criminalidade, delinquência e «ghettização» de alguns grupos sociais, entre eles os do crime organizado, os dos traficantes de droga e os dos consumidores dessas substâncias.

A ideia de que aqui defendo é preciso dotar a Polícia de mais recursos, mas também é preciso dar mais autoridade à Polícia. Não sou a favor do autoritarismo, mas considero que também estamos aqui a cair num laxismo, pois autoritarismo é uma coisa, autoridade é outra.

Por tal, os decisores políticos têm de enfrentar as coisas com responsabilidade e coragem. Peçam o que for preciso aos profissionais do comando regional, mas garantam que todos cumprem e que não há, como sempre, portugueses de primeira, segunda e terceira linhas. Apoiem quem está na linha da frente. Em todas as frentes.

Que os decisores políticos, olhem para a falta de recursos humanos e para as condições infraestruturais e de salubridade das nossas esquadras policiais na Madeira, que já dão a muito tempo sinais de deterioração tão evidentes. É sempre assim, desculpas. Valha-nos ao menos a perseverança do Presidente do Governo Regional, em querer nos ajudar fazendo um enorme cavalo de batalha.

Aos decisores políticos, parem de fazer promessas e fazer de conta que está tudo bem. Já não está e se nada for feito, vai piorar imensamente. Vale isto para afirmar que, está na hora dos projetos saírem do papel para a execução! Porque a manutenção das forças de segurança na região é uma obrigação do Estado português, que deverá continuar a fazê-lo e até reforçando e colmatando meios e recursos.

Em dia de aniversário do CRM, quem olhar com atenção e sem preconceito verá ainda que apesar das faltas e da sobrecarga de horas realizadas pelos profissionais no âmbito das festas, arraiais, concertos de música e ainda dos eventos desportivos, que não há força de segurança, como a PSP, que mais se empenhe em cumprir os objetivos, em assegurar os direitos, liberdades e garantias democráticas.

Por último, dizer aos profissionais que, valeu e vale a pena olhar para o futuro com confiança, determinação e esperança, porque queremos uma vida e uma Polícia melhor.

Mas, sinceramente, a verdade é que estamos aborrecidos com tudo o que está a acontecer e até temos razões para isso. Está cada vez mais insustentável fingir que a polícia está esgotada de trabalho e de missões. As coisas não podem continuar a ser boas para uns e más para outros. Vamos lá a nivelar!