Moscovo pede à ONU que não interfira em missão da AEIA à central de Zaporijia
A diplomacia russa apelou esta segunda-feira à "responsabilidade" das Nações Unidas para que "não interfiram" numa possível futura missão da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) à central nuclear de Zaporijia, em território ucraniano.
Numa declaração, diplomacia russa também reconheceu que está preparada para prestar "a máxima assistência possível na resolução de todos os problemas organizacionais" face a uma missão internacional à fábrica.
Moscovo recordou o episódio no início de junho, quando a Rússia e a AIEA "concordaram plenamente sobre a rota e o calendário da missão internacional da Agência à central nuclear de Zaporijia".
"Conseguimos eliminar todos os problemas difíceis relacionados com a organização e realização de um evento tão complexo nas condições atuais. No entanto, no último momento, a 'luz vermelha' foi ligada pelo Departamento de Segurança e Proteção do Secretariado da ONU", disse o ministério russo.
Neste momento, a Rússia acredita que as autoridades ucranianas aproveitaram a suspensão da missão para "intensificar as suas provocações e o bombardeamento da central nuclear".
As instalações de Zaporijia foram alvo de um ataque na semana passada que cortou parte das ligações elétricas da fábrica e pelo qual a Rússia e a Ucrânia se culparam mutuamente.
A administração russa confirmou que as unidades do reator danificadas foram reparadas e que a central está a funcionar normalmente.
As autoridades ucranianas advertiram na terça-feira que as consequências de uma hipotética catástrofe nuclear em Zaporijia seriam até dez vezes maiores do que as do acidente da central de Chernobyl, também na Ucrânia.
No início de março, o exército russo apreendeu as instalações da central nuclear de Zaporiyia, uma das maiores da Europa, que nas fases iniciais da guerra já era palco de intensos confrontos.