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Nancy Pelosi diz que Xi Jinping reage como um "tirano assustado"

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A presidente da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, disse ontem que o Presidente chinês, Xi Jinping, reagiu como "um tirano assustado" à sua visita a Taiwan.

Pelosi falou hoje à estação NBC sobre o seu périplo por vários países asiáticos, na semana passada, que incluiu a ilha de Taiwan, motivando a fúria das autoridades de Pequim, que reclamam a soberania do território.

Pequim considerou a visita de Pelosi, a terceira figura de Estado mais importante dos Estados Unidos, como uma provocação.

Xi Jinping "está a tentar isolar Taiwan (...). Não seremos cúmplices do seu isolamento de Taiwan", disse Pelosi.

"Acho que [Xi] está numa situação frágil. Ele tem problemas com a sua economia. Ele está agir como um tirano assustado", acrescentou.

A líder da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano) foi a mais importante figura política norte-americana a visitar a ilha nos últimos 25 anos.

Pelosi sublinhou que o Presidente da República Popular da China se prepara para ser reeleito pelo Partido Comunista Chinês, no final deste ano, para um terceiro mandato.

Numa aparente demonstração de força após a visita de Pelosi, a China começou a realizar exercícios militares perto de Taiwan, incluindo dentro de águas territoriais taiwanesas, manobras que já duram há quase uma semana.

Para Pelosi, não cabe ao Presidente da China "controlar as agendas dos membros do Congresso ou de qualquer outra pessoa que queira visitar Taiwan".

"Não íamos tirar Taiwan da nossa lista porque a Presidente de Taiwan [Tsai Ing-wen] nos convidou", referiu.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan acusou hoje Pequim de ter usado os exercícios militares para preparar a invasão da ilha.

Pequim "utilizou os exercícios militares para se preparar para a invasão de Taiwan", disse Joseph Wu, numa conferência de imprensa em Taipé, após manobras das forças armadas da ilha que decorreram hoje.

"A verdadeira intenção da China é alterar o 'status quo' no Estreito de Taiwan e em toda a região", sublinhou.

"Está a conduzir exercícios militares e lançamentos de mísseis em grande escala, bem como ciberataques, uma campanha de desinformação e coerção económica para enfraquecer o moral da população de Taiwan", acrescentou.

As forças armadas de Taiwan efetuaram hoje um exercício de artilharia com uso de fogo real a simular a defesa da ilha contra um eventual ataque da China, estando previsto um outro para quinta-feira.

A China considera Taiwan como uma das suas províncias, que deve ser reunificada ao resto do território, desde o fim da guerra civil chinesa de 1949, quando os nacionalistas perderam o conflito para os comunistas e encontraram refúgio na ilha.

O exército de Taiwan disse na segunda-feira que os exercícios já estavam programados e não constituíam uma resposta aos exercícios chineses em curso.

A ilha, com uma população de cerca de 23 milhões de habitantes, realiza regularmente exercícios militares a simular uma invasão chinesa e no mês passado efetuou manobras marítimas.