Ryanair espera "zero perturbações" em Espanha por causa das greves
A companhia aérea Ryanair disse hoje que as greves de cinco meses convocadas em Espanha não deverão ter impactos nos voos da empresa e garantiu que isso já aconteceu com as paralisações de junho e julho.
"A Ryanair espera zero perturbações nos seus 3.000 voos diários por causa das 'greves' dos sindicatos minoritários dos tripulantes de cabine espanhóis", lê-se num comunicado da companhia aérea.
A empresa afirma que as greves de junho e julho e a que está a decorrer desde esta semana têm pouco apoio e foram convocadas por dois sindicatos que representam apenas "um punhado" de trabalhadores em Espanha, onde a Ryanair "já celebrou um acordo laboral com o principal sindicato espanhol dos tripulantes de cabine", o CCOO (Comisiones Obreras).
Segundo a empresa, o "pequeno número" de cancelamentos e atrasos em Espanha em julho deveu-se "principalmente" a greves de controladores aéreos.
"Nenhum voo foi cancelado em julho devido a estas greves mal sucedidas e pouco apoiadas", assegura a empresa.
"Só em julho, a Ryanair operou mais de 3.000 voos diários e transportou um número recorde de 16,8 milhões de passageiros -- muitos deles de/para Espanha. A Ryanair espera que estas últimas ameaças de greve, que envolvem apenas um punhado da nossa tripulação de cabine espanhola, tenham impacto zero nos nossos voos ou horários espanhóis em agosto ou setembro", acrescenta o comunicado.
Dois sindicatos convocaram greves de tripulantes de cabine na Ryanair em Espanha durante cinco meses, entre agosto e janeiro de 2023.
É o terceiro período deste ano de paralisações na Ryanair em Espanha, com as greves a decorrerem todas as semanas, entre segunda e quinta-feira.
Nos períodos anteriores, em junho e julho, as greves seguiram o mesmo modelo e levaram ao cancelamento de 319 voos com origem ou destino em aeroportos espanhóis e a atrasos em 3.700 ligações, segundos os sindicatos.
No arranque deste novo período de greves, na segunda-feira, foram cancelados dez voos com origem ou destino em Espanha e hoje já houve mais dois cancelamentos, segundo os sindicatos.
As greves visam "obrigar a Ryanair a cumprir a lei espanhola", dizem os sindicatos, segundo os quais estão em causa direitos laborais associados a atualizações salariais, férias, folgas e períodos de descanso.
O incumprimento da Ryanair das leis laborais espanholas nas bases que tem no país já foi atestado por diversas vezes pelos tribunais, sublinham os sindicatos, que pedem também a intervenção do Governo.
Os sindicatos asseguram que em junho e julho a Ryanair despediu 11 tripulantes de cabine "por exercerem o seu direito à greve" e que abriu mais de cem processos disciplinares.