Taiwan critica China por prolongar exercícios militares ao redor da ilha
Taiwan criticou hoje a China pela realização de novos exercícios militares em redor da ilha como retaliação pela visita ao território da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.
Taiwan "condena veementemente a decisão da China de prolongar os exercícios militares. A provocação e a agressão da China minaram o 'status quo' no Estreito de Taiwan e aumentaram as tensões na região", disse o ministério dos Negócios Estrangeiros taiwanês, em comunicado.
O Exército chinês lançou vastas manobras, que incluíram o uso de fogo real, na quinta-feira, em seis grandes áreas ao redor de Taiwan, um dia após Pelosi ter partido de Taipé.
Os exercícios visaram preparar um eventual bloqueio da ilha, segundo a imprensa oficial chinesa.
As manobras de Pequim, que incluíram o uso de fogo real e o lançamento de mísseis de longo alcance, foram descritas pelo governo de Taiwan como "irresponsáveis", além de suscitarem preocupação na comunidade internacional.
O ministério da Defesa Nacional de Taiwan denunciou que vários navios e aviões militares chineses cruzaram a linha média do Estreito da Formosa, que na prática é uma fronteira não oficial, que era até agora tacitamente respeitada por Taipé e Pequim.
Os exercícios deveriam ter terminado ao meio-dia de domingo, de acordo com a administração de segurança marítima chinesa.
Pequim anunciou hoje a continuação dessas manobras, sem especificar em quais áreas se realizaram ou se utilizaram fogo real.
O Exército de Taiwan anunciou também exercícios de defesa, para esta semana, simulando uma invasão chinesa. Segundo Taipé, esses exercícios já estavam programados e não são uma resposta ás manobras chinesas.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.
A China descreveu a visita de Pelosi como uma "farsa" e "traição deplorável".