Combustível chega à Faixa de Gaza após trégua entre Israel e Jihad Islâmica
A entrada de mercadorias na Faixa de Gaza foi retomada hoje, horas depois do início de uma trégua entre Israel e a Jihad Islâmica, noticiou a agência francesa AFP.
Um camião com combustível entrou na Faixa de Gaza através da passagem de Kerem Shalom, no sul do enclave, segundo relato da AFP.
O acordo foi alcançado no domingo à noite, e pôs fim a três dias de hostilidades que provocaram 44 mortos entre os palestinianos.
A trégua, após mediação do Egito, entrou em vigor meia hora antes da meia-noite (hora local), e a situação na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza permaneceu calma desde então, segundo a agência espanhola EFE.
"Durante a noite, realizámos avaliações relativas aos próximos passos a serem dados para um regresso gradual à rotina, mantendo-nos alerta e preparados para quaisquer mudanças na situação atual", disse hoje o exército israelita.
Separadamente, anunciou a reabertura dos postos fronteiriços entre Israel e Gaza, tanto para pessoas e bens, como para "fins humanitários".
A reabertura das passagens permitirá, entre outras coisas, a entrada em Gaza da ajuda humanitária e do combustível necessário para reiniciar a única central elétrica do enclave.
A central foi encerrada no sábado devido à falta de combustível, deixando os residentes da Faixa de Gaza com apenas quatro horas de energia por dia e ameaçando cortar serviços básicos, tais como cuidados médicos.
Israel anunciou também o reinício do tráfego ferroviário na área próxima da Faixa de Gaza e permitiu que os israelitas que vivem nas aldeias limítrofes do enclave palestiniano deixassem os abrigos.
As duas partes disseram que iriam respeitar o acordo, mas que responderiam a qualquer agressão.
O exército israelita justificou a operação que lançou na sexta-feira como um "ataque preventivo" contra a Jihad Islâmica, por receio de represálias após a detenção de Bassem al-Saadi em 01 de agosto na Cisjordânia, o território palestiniano ocupado por Israel.
No ataque israelita, foram mortos os principais líderes militares da Jihad Islâmica em Gaza, Tayssir Al-Jabari e Khaled Mansur, juntamente com vários dos combatentes do grupo.
A morte dos líderes militares foi confirmada pela Jihad Islâmica.
Nos últimos dias, cerca de 40 membros da Jihad Islâmica foram detidos por forças israelitas na Cisjordânia.
Trata-se do pior confronto na região desde maio de 2021, quando combates entre o exército israelita e o Hamas provocaram 260 mortos do lado palestiniano e 14 mortos do lado israelita em 11 dias.