Central elétrica de Gaza parada por falta de combustível ao quinto dia de bloqueio
A única central elétrica na Faixa de Gaza parou hoje de funcionar por falta de combustível, ao quinto dia do fecho, por Israel, das passagens na fronteira com o enclave, anunciou um porta-voz da companhia de eletricidade.
"A central elétrica em Gaza parou de funcionar devido à falta de combustível", disse Mohammed Thabet, num comunicado citado pela agência francesa AFP.
Na terça-feira, o exército israelita ordenou o encerramento das passagens na fronteira com o enclave, forçando milhares de habitantes de Gaza, portadores de autorizações de trabalho em Israel, a ficarem em casa.
A paralisação atrasou o fornecimento de combustível, normalmente transportado do Egito ou de Israel e necessário para abastecer a central elétrica de Gaza.
A empresa de eletricidade de Gaza já tinha alertado, em comunicado, no sábado, que o encerramento da central "afetaria todos os serviços públicos e infraestruturas crítica e criaria constrangimentos na situação humanitária".
A empresa pediu uma intervenção urgente de todas as entidades de forma a permitir "com urgência" o transporte de combustível para a central de Gaza.
Os 2,3 milhões de habitantes do território palestino são regularmente confrontados com cortes de energia.
Há uma semana, tinham apenas 10 horas de eletricidade por dia, em média, de acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Esta situação também acontece depois de aviões de Israel terem bombardeado Gaza, enquanto caíam 'rockets' no sul de Israel, horas depois de uma série de ataques aéreos israelitas e da morte de mais de uma dezena de pessoas, incluindo um dirigente palestiniano e uma criança.
As autoridades de Gaza falam em 12 mortos, incluindo uma menina de cinco anos, e mais de 80 feridos.
Já o exército de Israel refere que os bombardeamentos provocaram, até agora, pelo menos 11 mortos e 55 feridos.
A Jihad Islâmica respondeu com lançamento de foguetes contra Israel.
Os combates começaram na sexta-feira, com a morte do "número dois" da Jihad Islâmica na Cisjordânia ocupada, na sequência de um ataque preventivo de Israel que continuou durante a noite, aproximando os dois lados de uma guerra total.
O movimento palestiniano Hamas manteve-se, no entanto, à margem do conflito, o que conseguiu conter a sua intensidade.
Israel e Hamas travaram quatro guerras e várias batalhas menores nos últimos 15 anos.
A Faixa de Gaza, sob controlo do Hamas, está sob bloqueio israelita desde 2007, quando o movimento islâmico palestino assumiu o poder.