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Ataques israelitas em Gaza provocam oito mortos

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Os ataques aéreos efetuados hoje pelo exército israelita a alvos da organização Jihad Islâmica em Gaza provocaram pelo menos oito mortos, entre eles um comandante do grupo radical palestiniano, e cerca de 40 feridos, indicaram fontes palestinianas.

Israel tinha anunciado hoje que estava a atacar a Faixa de Gaza, justificando a operação com os rumores sobre a possibilidade de ações armadas de retaliação a partir do enclave palestiniano após a prisão, segunda-feira, de Bassem Saadi, um alto dirigente da organização Jihad Islâmica na Cisjordânia.

O Ministério da Saúde palestiniano indicou que pelo menos oito pessoas morreram nos ataques, incluindo uma menina de cinco anos e um dos comandantes da organização em Gaza, Taiseer al-Jabari.

Segundo noticiou entretanto a agência Associated Press (AP), os ataques ameaçam desencadear mais um conflito no enclave, liderado pelo movimento islamita palestiniano Hamas.

A morte de al-Jabari, alerta a AP, poderá levar a retaliações a partir da Faixa de Gaza, de onde poderão ser disparados foguetes contra Israel.

"O Governo israelita não permitirá que organizações terroristas na Faixa de Gaza estabeleçam a agenda na área adjacente à Faixa de Gaza e ameacem os cidadãos do Estado de Israel. Quem tentar fazer mal a Israel deverá saber que nós o encontraremos", disse hoje o primeiro-ministro israelita, Yair Lapid.

No entanto, os ataques israelitas foram já condenados pelo Hamas e pela Fatah, que domina na Cisjordânia, tendo ambos considerado que Israel está "novamente a cometer crimes", ameaçando retaliar.

O porta-voz do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Fauzi Barhum, sublinhou que Israel "vai ter de pagar o preço" pelos ataques, frisando que a organização "está preparada" para retaliar.

"A resistência, com todas as suas armas militares e fações, está unida nesta batalha", afirmou Barhum.

Por seu lado, o porta-voz da Fatah, Munther al-Hayek, acusou Israel de "atacar e intimidar civis desarmados", no que considera ser "mais um crime que se junta aos cometidos pelas forças de ocupação israelitas" contra o povo palestiniano.

Num comunicado citado pela agência noticiosa palestiniana WAFA, al-Hayek apelou à comunidade internacional e aos mediadores para que intervenham "de imediato" de forma a evitar que Israel "cometa novos massacres".

Na terça-feira, o exército israelita ordenou o encerramento das passagens na fronteira com o enclave, forçando milhares de habitantes de Gaza, portadores de autorizações de trabalho em Israel, a ficarem em casa. 

A paralisação atrasou o fornecimento de combustível, normalmente transportado do Egito ou de Israel e necessário para abastecer a central elétrica de Gaza.

Israel impôs um bloqueio total à Faixa de Gaza desde 2007, quando o movimento islamita Hamas assumiu o poder no enclave, um território com cerca de 2,3 milhões de habitantes que têm enfrentado situações de pobreza e de desemprego.

Israel e grupos armados em Gaza têm travado vários conflitos, o último deles em maio de 2021.