Polónia voltou a ser em Junho quem mais refugiados acolheu
A Polónia voltou a ser, em Junho, o Estado-membro da União Europeia (UE) que acolheu mais refugiados ucranianos que fogem da invasão russa (60.125), mas o número de proteções temporárias concedidas continua a recuar, revela hoje o Eurostat.
De acordo com os dados do gabinete oficial de estatísticas da UE, referentes a Junho passado, e entre os Estados-membros para os quais há dados disponíveis, a Polónia concedeu o estatuto de proteção temporária a mais 60.125 ucranianos que deixaram o país em consequência da invasão russa lançada em fevereiro, sendo seguida pela Roménia (10.360), Irlanda (6.985) e Bulgária (6.920).
O Eurostat nota que, em comparação com o mês anterior, o número de ucranianos a receber proteção temporária diminuiu em todos os 19 Estados-membros da UE com dados disponíveis, tendo o principal recuo sido verificado precisamente na Polónia, com menos 35.960 pessoas, já que, em maio, Varsóvia havia acolhido 96.085 refugiados ucranianos.
O gabinete oficial de estatísticas da UE ressalva que, "embora a esmagadora maioria das pessoas que receberam proteção temporária tenham sido ucranianos, houve também cidadãos de outros países que receberam esse estatuto nos Estados-membros da UE", dando como exemplos "405 russos na Polónia, e 2.400 nigerianos e 410 marroquinos em Portugal".
Em Junho, e ainda segundo os dados do Eurostat, Portugal concedeu proteção temporária a 1.930 cidadãos ucranianos.
Os dados hoje apresentados referem-se a outorgas de proteção temporária na sequência de uma decisão do Conselho da UE, em 04 de março, para dar resposta a uma enorme vaga de refugiados fugidos da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 17 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A ONU confirmou que 5.327 civis morreram e 7.257 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.