Rússia exige partida de diplomata norueguesa acusada de "russofobia"
A Rússia exigiu hoje a partida de uma diplomata norueguesa acusada de "russofobia", após Elisabeth Ellingsen ter dito que odiava os russos numa discussão ocorrida na receção num hotel em Murmansk (noroeste, próximo da fronteira com a Noruega).
"Cremos que, após o que se passou, a presença de Ellingsen no território russo torna-se impossível", indicou, num comunicado, a porta-voz da diplomacia do Kremlin, Maria Zakharova, adiantando que o embaixador da Noruega em Moscovo, Rune Resaland, já foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"[A Resaland] foi apresentado um protesto vigoroso pelo comportamento inaceitável da cônsul Elisabeth Ellingsen num hotel em Murmansk, a 06 de julho, quando proferiu declarações russofóbicas e abusivas", lê-se no comunicado.
A diplomacia norueguesa confirmou a convocação do embaixador em Moscovo e acrescentou que o visto de trabalho de Ellingsen, cônsul precisamente em Murmansk, foi retirado.
"Na reunião, o embaixador (norueguês) reiterou o pedido de desculpas de Oslo, apontando que as palavras usadas pela colaboradora não refletem a política norueguesa e as opiniões norueguesas em relação à Rússia e aos russos", afirmou a porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Guri Solberg, que referiu que Ellingsen já não se encontra em território russo.
O incidente ganhou relevância depois de, na semana passada, o vídeo de vigilância da receção do hotel em Murmansk ter surgido nas redes sociais.
"Odeio os russos. Deem-me outro quarto. Não vou sair daqui. [...] Como é vocês podem dizer que o quarto está limpo? Estou habituada a limpar quartos, sou da Escandinávia, não como uma mulher russa que limpa o melhor que pode", ouve-se Ellingsen a discutir.
Segundo Oslo, o consulado-geral norueguês em Murmansk está temporariamente fechado desde 01 de julho devido à "difícil momento" das relações bilaterais, situação provocada pelo alinhamento ocidental da Noruega na invasão russa da Ucrânia, na sequência das sanções europeias e norte-americanas a Moscovo.