Investimento chinês no Brasil triplicou em 2021 e regressou ao nível 'pré-pandémico'
O investimento direto chinês no Brasil totalizou 5,9 mil milhões de euros em 2021, três vezes mais do que em 2020 (1,9 mil milhões de euros) e regressou aos níveis 'pré-pandémicos'.
Segundo um estudo divulgado hoje pelo Conselho Empresarial Brasil-China, o investimento do gigante asiático em projetos no Brasil em 2021 foi o maior nos últimos quatro anos, ultrapassando os cerca de 5,6 mil milhões de euros em 2019.
O valor, contudo, ainda está muito abaixo do recorde de 2010 (cerca de 13 mil milhões de euros) e distante dos cerca de 8,8 mil milhões de euros de 2017, quando o investimento do país asiático no Brasil atingiu o seu segundo nível mais alto.
De acordo com o estudo, apesar de uma situação de instabilidade global devido à pandemia, as empresas chinesas investiram em 28 grandes projetos empresariais no Brasil no ano passado, principalmente nos setores da eletricidade e do petróleo.
Dos 28 projetos beneficiados, treze estão no setor da energia e dez nas tecnologias da informação.
O setor do petróleo e gás recebeu 85% do investimento no ano passado, principalmente devido à parceria da companhia petrolífera brasileira Petrobras com os gigantes chineses CNODC e CNOOC para a exploração de campos de águas muito profundas no Atlântico, ao largo da costa brasileira.
Segundo o estudo, os investimentos chineses no Brasil entre 2007 e 2021 totalizaram cerca de 70,3 mil milhões de euros em 202 projetos diferentes, principalmente nos setores da eletricidade (45,5%) e do petróleo e gás (30,9%).
Enquanto o investimento chinês no Brasil saltou 208% entre 2020 e 2021, o investimento para outros países sul-americanos cresceu apenas 30% e para o mundo em 3,6%.
Considerando o investimento acumulado da China no exterior entre 2005 e 2021, o principal destino é os Estados Unidos, com uma quota de 14,3%, seguidos da Austrália (7,8%), Reino Unido (7,4%) e Brasil (4,8%).